O segundo dia de julgamento de Alexandra Dougokenski, acusada de matar e ocultar o corpo do filho, no município de Planalto em maio de 2020, foi marcado pelo depoimento de familiares e pessoas próximas à ré e à vítima.
A terça-feira (17), começou com o depoimento de Delair de Souza Pereira, ex-namorado de Alexandra Dougokenski. Eles mantinham um relacionamento na época dos fatos. A testemunha chorou em alguns momentos, especialmente quando falou sobre Rafael, e também sobre ter sido apontado como suspeito de envolvimento no desaparecimento da criança. Com o passar dos dias, Delair disse que chegou a chamar Alexandra para uma conversa, dizendo que a apoiaria se quisesse contar alguma coisa, mas ela negou. "Acho que está mais do que na hora dela falar a verdade", afirmou o ex-namorado. "Ela está causando muita dor à família. E pro Rafa descansar", acrescentou, chorando ao falar do menino.
Ouvido como informante, o filho mais velho de Alexandra, Anderson Dougokenski, estava em casa na noite em que o irmão caçula teria sido morto. Ele e a mãe se abraçaram e choraram ao se reencontrarem no plenário do júri, antes do início do depoimento, no final da manhã. O jovem chorou e afirmou não acreditar que Alexandra cometeu o crime. Anderson disse que não "sentiu firmeza" quando Alexandra confessou ter matado Rafael. Ela não disse a ele o motivo por que tinha feito isso. "Acho que o meu irmão foi levado dali e morreu dias antes de ser encontrado". Para ele, a mãe não teria coragem de fazer isso com o filho. "Nunca fez sentido ser a minha mãe. Parece que a gente era feliz de verdade, quando era só eu, a mãe e o Rafa".
Em seguida aconteceu o depoimento de Rodrigo Winkes, pai de Rafael. Durante o depoimento, seu advogado pediu para que ele parasse de responder as perguntas feitas pela defesa de Alexandra Dougonkenski, e sua fala foi encerrada. Rodrigo respondia perguntas sobre de arquivos do seu celular quando o depoimento foi interrompido. Os representantes do Ministério Público questionaram os temas tratados pela defesa da acusada. Rodrigo parou de responder as perguntas feitas pela defesa e foi dispensado pela Juíza.
Sem seguida prestou depoimento uma professora de Rafael, Ladejane Ravagio, que falou sobre o cotidiano dele na escola. Ela ressaltou que Rafael era um menino muito tímido e obediente.
A avó de Rafael, Isailde Batista, também prestou depoimento nesta terça-feira (17). Ela falou sobre o que viu na noite do desaparecimento de Rafael, e de quais foram as ações dos familiares logo após o desaparecimento. Ela ainda falou da relação que Rafael tinha com Alexandra e com o pai, Rodrigo. Ela ressaltou que a relação de Rodrigo com todos os familiares de Alexandra sempre foi conturbada.