Os órgãos de segurança da cidade de Passo Fundo estiveram reunidos na tarde de hoje (28), para analisar dados estatísticos e definir ações de combate à criminalidade no município. A atividade aconteceu no âmbito do Programa RS Seguro.
O programa existe desde 2019, mas neste ano, Passo Fundo conta com uma nova abordagem. A cidade foi divida em regiões, que terão um diagnóstico específico e ações direcionadas para combater os crimes característico de cada local.
Sintonia e Integração
Passo Fundo foi divida em duas regiões, uma que inicia na Avenida Brasil e segue em direção a rua Moron, e a segunda que inicia da Avenida Brasil e segue em direção à rua Paisandú. O Comandante do CRPO-Planalto, tenente-cornel Cilon Freitas da Silva, explica que dentro do programa RS Seguro, os órgãos de segurança tinham um escalonamento por município, mas a partir de agora, está sendo feito um refinamento desta análise. “Com uma divisão do município em duas áreas, os delegados de polícia, e os comandantes da BM responsáveis por cada área conversam entre si, para chegar a uma análise ainda mais apurada do território”, esclareceu. O objetivo é ter uma sintonia maior das instituições para desenvolver ações específicas em cada região.
Para definição de cada região, foi levada em consideração além de fatores geográficos, a análise populacional, localização das delegacias, das companhias, e fatores ligados à criminalidade.
O delegado Regional da Polícia Civil, Adroaldo Schenkel, diz que com a implementação do RS Seguro, a cidade já tinha uma integração dos órgãos se segurança, mas com este modelo regionalizado, chamado de A4, a intenção foi afunilar ainda mais, focando nos problemas diretos de uma área mais específica.
Crimes contra a vida
Um dos focos de maior preocupação dos órgãos de segurança de Passo Fundo está relacionado aos crimes contra a vida. Somente em 2023 foram registrados 20 homicídios em 17 ocorrências diferentes. O delegado Schenkel comenta que este é um número muito superior aos índices que estavam sendo registrados nos últimos dois anos na cidade. “Nosso objetivo é identificar quem está cometendo estes crimes, tirar de circulação os autores, e com isso, identificar se há uma organização criminosa por trás de alguns deles, para desenvolver ações de prevenção”, comentou o delegado.
Nos registros de 2023 não há uma região específica com maior incidência, ou seja, eles aconteceram em diferentes pontos da cidade. Entretanto, o delegado esclarece que em mais da metade deles há alguma relação direta com questões relacionadas a drogas. “Nosso trabalho vai ser esmiuçar cada ocorrência, especialmente para saber se há uma ou mais facções por trás dos crimes. Mas podemos dizer que a maioria está relacionada a drogas, seja uso ou tráfico”, concluiu.
Furto de veículo
O tenete-coronel Cilon ressalta que no programa RS Seguro os principais crimes são identificados, pontuados, e são analisados por todos os órgãos de segurança, como IGP, Bombeiros, Susepe, Polícia Civil e Brigada Militar, e isso apresenta um foco de ação. Nesta análise foi constatado que outro problema na cidade está relacionada ao furto de veículos. “Temos gráficos e controles estatísticos, e estamos também preocupados com os furtos de veículos, pois Passo Fundo é um polo regional com muitas vias de acesso que favorecem essa prática delituosa. Mas é importante destacar que o RS Seguro traz um georeferenciamento das áreas mais vulneráveis e que podemos desenvolver ações integradas”, disse o militar.