Polícia Civil alerta população sobre os golpes mais frequentes na internet

Após pandemia, crimes virtuais dispararam. Delegado Regional da Polícia Civil, Adroaldo Schenkel, orienta sobre como não cair nos principais crimes praticados em Passo Fundo

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Variedade de golpes virtuais aumentou após pandemiaVariedade de golpes virtuais aumentou após pandemia
Variedade de golpes virtuais aumentou após pandemia
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Ofertas vantajosas, oportunidades que cativam ou que emocionam, é dessa forma que bandidos trabalham cada vez mais utilizando a internet como ferramenta para aplicar golpes aumentando estatísticas de casos de estelionato e extorsão.

De acordo com o delegado regional da Polícia Civil de Passo Fundo, Adroaldo Schenkel, a instituição possui uma delegacia especializada em crimes virtuais em nível estadual. “ Ações de maior vulto, quadrilhas que reiteram em um volume grande são investigadas por essa delegacia especializada. Já no interior as investigações, sendo identificado que é uma quadrilha ficam a cargo da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e não sendo são delegacias normais que investigam”, explicou.

Segundo o delegado, após a pandemia os casos de crimes virtuais dispararam. “Todo dia vemos um crime novo, a variedade de golpes é imensa, cada dia aparece um golpe novo”, diz.

Confira os golpes mais comuns aplicados no município:

Falso Whatsapp

Quando o golpista pega uma imagem de uma pessoa e se faz passar por ela entrando em contato com amigos e familiares solicitando dinheiro para pagamento de alguma conta. “Os principais que vemos em ocorrências em Passo Fundo e região é a simulação de troca de número no Whatsapp, onde o bandido pega uma foto da pessoa nas redes sociais consegue o número de familiares e cria uma conta, aí ele encaminha uma mensagem ‘mãe troquei de número, tem um problema urgente, tenho uma conta para pagar e depois te transfiro’. Ele faz com que o familiar ou amigo faça uma transferência para pagamento para uma conta” explicou. 

Segundo Schenkel, para evitar esse tipo de golpe é importante que as pessoas restrinjam o número de informações, de dados nas redes sociais e devem orientar familiares e amigos para sempre confirmar, ligando para o número antigo da pessoa.

Golpe dos nudes

Mesmo sendo bastante divulgado, muitas pessoas ainda caem nesse tipo de golpe, de acordo com o delegado o crime passa a ser não só de estelionato como de extorsão. “Aqueles contatos que aparecem procurando amigo, a pessoa acaba aceitando e conversando, aí recebe uma foto e entra alguém falando que a menina é menor, que está com problema psicológico, que quebrou o computador, o celular, e a pessoa tem que pagar se não a pessoa vai procurar a polícia. Pagando a primeira vez o crime não acaba, porque os indivíduos começam a ameaçar, aí aparece um falso polícia, um falso delegado pedindo mais dinheiro para a pessoa não ser denunciada”, comentou.

Lojas falsas e compras não entregues

Como as redes sociais são as principais plataformas de comunicação, muitas pessoas acabam recebendo ofertas de lojas virtuais ou de grupos online de compra e venda de produtos. Contudo, o barato pode sair caro com as compras nunca sendo entregues e a dificuldade de ter o dinheiro ressarcido por quem realizou a compra. “Nunca se compra de uma loja que foi direcionada dentro de um aplicativo, procura o site original da loja. Recentemente tivemos um grande golpe em uma fábrica de facas, onde o pessoal clonou os dados da fábrica e estavam oferecendo as facas em um valor bem abaixo do normal. Todo mundo acabou mandando dinheiro e não recebendo, porque clonaram o site da fabricante de facas. A oferta veio por meio de redes sociais por impulsionamento, isso é um problema sério nessas grandes empresas de mídia”, pontua.

Ofertas de móveis e produtos usados com a desculpa que a pessoa está indo embora oferecendo produtos a preços muito abaixo também são outra forma de atuação dos golpistas.

Cartão clonado

“A pessoa recebe uma ligação do outro lado alguém se dizendo do banco com a história que estão ligando para confirmar se você que fez uma compra em tal loja no valor de R$5 mil, a pessoa se assusta diz que não foi ela e começa a passar dados porque na ligação dizem que o cartão dela foi clonado, às vezes até mandam um motoboy buscar o cartão e a pessoa entrega”, diz.

Fique atento: não caia em golpes

Uma das dificuldades de mensurar a quantidade de golpes virtuais é que muitas vezes as pessoas acabam não realizando um boletim de ocorrência, isso acaba dificultando o trabalho da Política também para elucidação dos casos. Conforme o delegado, ao perceber que foi vítima de um golpe, a pessoa deve procurar um banco imediatamente e bloquear a conta. “Principalmente os que envolvem pix, que é uma transição muito rápida, a vítima deve procurar imediatamente o banco e tentar bloquear, além de procurar uma delegacia. Esse pessoal que aplica esses tipos de golpes é especializado, tem uma conta laranja em determinado banco e quando o saldo entra, eles pulverizam em diversas outras contas, dificultando o rastreio, então reaver é muito difícil depois”, disse.

A principal orientação do delegado é que se desconfie de ofertas muito vantajosas, mesmo que sejam de empresas conhecidas. “ Bancos não ligam para as pessoas pedindo orientações, senhas e dados pessoais jamais se passa. Em caso de dúvida conversar com alguém porque a pessoa quando fica muito emocionada cai fácil, seja pela alegria de ter sido contemplada com algum tipo de prêmio ou assustada no caso do golpe dos nudes ou do sequestro de uma parente. Antes de fazer qualquer transferência se certificar, orientar os idosos que tem mais boa-fé e por vezes são as vítimas preferenciais nessas situações”, finalizou.  



Foto: Jéssica França

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