Um novo capítulo sobre a história Valentina Olanda Spesotto ocorreu nesta semana. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou na segunda-feira, (23), dois médicos pediatras por homicídio culposo — sem intenção — pela morta da menina em Passo Fundo.
Valentina, de dez anos, morreu no dia 22 de abril deste ano no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) após exame laboratorial comprovar que ela havia contraído dengue.
O MPRS entendeu que houve negligência de um dos médicos, que atendeu a vítima inicialmente, e também imperícia. Conforme a denúncia, uma médica que atendeu a menina em hospital do município, também foi negligente. A denúncia ainda precisa ser recebida pela Justiça.
Defesa
A advogada Andrea Reolon Stobbe, da médica envolvida no caso, disse que “ela desconhece o teor da denúncia, porém, que atendeu a Valentina e realizou o diagnóstico de dengue que consiste em uma doença com um espectro de sinais e sintomas multi variado, tendo prestado os cuidados recomendados pela comunidade médica, eis que, até o momento não temos tratamento específico para Dengue”.
Já o advogado José Paulo Schneider, que defende o outro médico denunciado, manifestou surpresa e inconformidade com a denúncia oferecida pelo Ministério Público.
Confira o que diz a nota de Schneider:
“A defesa técnica do médico acusado, patrocinada pelo criminalista José Paulo Schneider, manifesta surpresa e inconformidade com a denúncia oferecida pelo Ministério Público. A defesa apontou inúmeros equívocos verificados na investigação, que foram ignorados pelo MP, a fim de colaborar com a elucidação dos fatos.
Um dos questionamentos da defesa foi a falta de perícia técnica para a emissão das conclusões da Polícia Civil. Nem o relatório da autoridade policial e tampouco a denúncia foram elaborados a partir de dados científicos, técnicos e análises médicas. Além do mais, o Ministério Público também negou o pedido da defesa pela requisição de perícias e estudos técnicos oficiais para elucidar as questões médicas do caso.
A defesa também lamenta o vazamento de informações sigilosas à imprensa como estratégia de manipulação da realidade. O caso exige cautela e urge por resposta técnicas.
A defesa reforça a inocência do seu cliente e salienta os seus 40 anos de reputação profissional sólida e ilibada como médico. E acredita que a lei e a ciência são os pressupostos que devem nortear todos os profissionais que atuam nesse caso.