Acusados de envolvimento na chacina da Cohab serão julgados nesta terça

Três pessoas da mesma família foram mortas em maio de 2020

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    FOTO - Diênifer Padia, 26 anos, era o alvo principal, mas outros dois familiares acabaram sendo executados por queima de arquivo. - Foto Arquivo família    FOTO - Diênifer Padia, 26 anos, era o alvo principal, mas outros dois familiares acabaram sendo executados por queima de arquivo. - Foto Arquivo família
FOTO - Diênifer Padia, 26 anos, era o alvo principal, mas outros dois familiares acabaram sendo executados por queima de arquivo. - Foto Arquivo família
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Dois acusados de envolvimento no triplo homicídio ocorrido em 19 de maio de 2020, no bairro Cohab, em Passo Fundo, serão julgados nesta terça-feira (13). O homem, de 46 anos, segue preso. A mulher, de 24 anos, responde o processo em liberdade. Ambos respondem pelo crime de tripo homicídio. O início do júri está marcado para às 9h, no Fórum de Passo Fundo.

 As vítimas são Diênifer Padia, 26 anos, o cunhado dela, Alessandro dos Santos, 34 anos, e a sobrinha dela, Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos. Eles estavam na mesma casa quando homens armados ingressaram no local, amarraram todos e os estrangularam com lacres de plástico. Os réus são o ex-chefe de Diênifer, um proprietário rural da cidade de Casca que teve um relacionamento extraconjugal com ela e, posteriormente, um filho, além de uma mulher que ajudou no crime ao se aproximar da vítima e repassar informações aos criminosos.

 Acusação

Conforme a denúncia do MPRS, o réu e a esposa dele, que está foragida, foram os mandantes do crime após ela descobrir a traição e o nascimento da criança. Fatos que levaram à demissão da jovem em Casca e o retorno dela para sua casa, em Passo Fundo. Também está foragido um cunhado do réu, apontado por ajudar no delito. Eles ofereceram recompensa pela morte de Diênifer. Um ex-policial militar, também foragido, foi o responsável por contratar os dois homens armados que invadiram a residência da vítima.

 

O homem apontado como sendo o mandante do crime, Eleandro Roso, foi julgado e condenado a uma pena de 69 anos e seis meses de prisão, posteriormente reduzida pelo Tribunal de Justiça do Estado, para 60 anoe e oito meses de reclusão.

 Queima de arquivo

 Em relação ao cunhado e à sobrinha de Diênifer, segundo a denúncia, eles foram mortos como queima de arquivo para que o crime não tivesse testemunhas, já que os três, junto com a irmã da Diênifer, moravam na mesma casa. A vítima deixou três filhos pequenos.

 O promotor de Justiça Fabrício Gustavo Allegretti, designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MPRS, irá atuar em plenário. Segundo ele, “o Ministério Público irá apresentar as provas obtidas ao longo da tramitação de todo o processo e da investigação feita pela Polícia Civil, no que acredita ter o acolhimento da pretensão que foi objeto de descrição na denúncia apresentada”.

 O promotor Fabrício Allegretti ainda destaca que os dois réus respondem pelo homicídio de Diênifer por motivo fútil e emprego de asfixia, além de dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. Em relação ao cunhado e à sobrinha dela, os acusados respondem pelos dois homicídios por assegurar a impunidade de outro delito, emprego de asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

 Defesa dos réus

 A defesa técnica de Luciano e Monalisa, a cargo do criminalista José Paulo Schneider, afirma que demonstrará em Plenário que existem importantes falhas nas investigações e no processo que foram determinantes para o caso, além de registrar sua inteira confiança no Conselho de Sentença, que, após analisar as provas e os argumentos das partes, certamente chegará a uma justa decisão.

 Schneider também reafirma que, passados mais de 4 anos, ainda há dois foragidos e a incerteza quanto à identificação dos dois executores, o que torna extremamente temerosa e preocupante a ideia da Justiça considerar que esse caso esteja devidamente elucidado.


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