Bruno Todero/ON
O PMDB pretende reescrever a história recente das eleições ao governo do Estado em Passo Fundo. Nas últimas três disputas, foram três derrotas nas urnas locais, as duas primeiras (1998 e 2002) para o PT, de Olívio Dutra e Tarso Genro, respectivamente, e na última (2006) para o PSDB, de Yeda Crusius. A estratégia para mudar este panorama está na aproximação dos candidatos com o eleitor local e na boa representatividade que o PDT, partido que indicou o candidato a vice-governador na chapa, Pompeo de Mattos, possui no município, em função da administração do prefeito Airton Dipp, um dos nomes mais importantes dos trabalhistas na região.
Foi exatamente com estes dois propósitos que as executivas regionais dos partidos organizaram agenda com os pré-candidatos na cidade. Ontem, os dois participaram da inauguração da nova sede do PMDB, localizada na rua Carlos Gomes, no bairro Rodrigues. À noite, falaram para centenas de correligionários, de mais de 40 municípios da região, em um jantar promovido no CTG Lalau Miranda. Hoje, eles são convidados da reunião-almoço promovida pela Acisa, direto do parque Wolmar Salton, onde acontece o primeiro dia da 2ª Fenafrango.
Coligação
Antes da intensa agenda, Fogaça, Pompeo, Dipp e uma comitiva de lideranças de ambos os partidos, incluindo o deputado estadual Gilberto Capoani e o deputado federal Gilmar Sossela, visitaram a sede do jornal O Nacional, onde foram recebidos pelo diretor presidente, Múcio de Castro Filho. Perguntado sobre o desafio de conquistar o eleitorado local, Fogaça colocou a força do PDT como puxador de votos. “A primeira e mais importante estratégia é a aliança com o PDT. Estamos construindo primeiro a raiz para depois pensar no projeto de governo”, disse o candidato.
Cautela
Ainda sobre a campanha, Fogaça foi cauteloso em afirmar que pretende manter algumas políticas do atual governo e aproximar os partidos que formam as outras coligações. “Vai ser uma campanha de nível elevado. Temos de respeitar o que está sendo feito hoje e manter a relação produtiva e respeitosa com os demais partidos, mesmo os que se consideram adversários. O diálogo tem que continuar mesmo depois da eleição”, declarou.
Segurança
Sobre o plano de governo, disse que a segurança será o mote da campanha e do debate entre os candidatos. “Duas coisas não podem fugir do governante, o desenvolvimento econômico do Estado e a prestação de serviços. Neste segundo aspecto, destaco a educação, a qual o Estado ainda é o grande gestor; a saúde, em que o Estado tem as diretrizes; e a segurança, que é o tema número um. Talvez não seja a política social mais importante, mas é a necessidade mais urgente”, afirmou.
Palanque
Sobre a divisão do palanque para a disputa ao governo Federal, Fogaça se esquivou da polêmica e afirmou que o foco será a disputa estadual. Isso porque o PMDB estadual está dividido no apoio a candidata Dilma Roussef (PT) em nível nacional. Pesquisas internas mostram que a grande maioria dos filiados apóia o candidato José Serra (PSDB).
Avaliação local
Para o presidente do diretório municipal do PMDB, Fernando Scortegagna, a coligação com o PDT traz um novo cenário para a disputa dos mais de 130 mil votos de Passo Fundo. “É uma chapa que nasce com um nome muito forte, afinal representa um exército democrático de mais de 200 prefeitos, quase 200 vice-prefeitos e milhares de secretários pelo Estado. Em Passo Fundo, que é uma cidade com grande importância no cenário eleitoral gaúcho, há um compromisso de retomar a vitória nas urnas locais. Posso dizer que aqui temos uma motivação especial para a disputa”, avalia Scortegagna.
Cenário das últimas eleições
1998
Candidato Votos em Passo Fundo
OLÍVIO DUTRA (PT) 48951
ANTÔNIO BRITTO (PMDB) 25914
2002
Candidato Votos em Passo Fundo
TARSO GENRO (PT) 41191
GERMANO RIGOTTO (PMDB) 40669
ANTÔNIO BRITTO (PPS) 6364
2006
Candidato Votos em Passo Fundo
YEDA CRUSIUS (PSDB) 37.900
OLÍVIO DUTRA (PT) 28.390
FRANCISCO TURRA (PP) 17.061
RIGOTTO (PMDB) 14.880
Fogaça pretende reverter quadro eleitoral do PMDB em Passo Fundo
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