Bruno Todero/ON
A indefinição do PP em encontrar um nome de consenso para a vaga de vice na chapa que pretende reeleger a governadora Yeda Crusius (PSDB) para mais quatro anos de mandato abriu uma brecha para o PPS. O partido, que chegou a desenhar outras alianças, agora está praticamente fechado em torno da coligação. De quebra, poderá indicar o nome do vice, que, ao que tudo indica, será o do atual presidente da sigla, Berfran Rosado, que ocupou a secretaria de Meio Ambiente e está no terceiro mandato como deputado estadual. Apesar de bem desenhada, a decisão só deverá ser confirmada na próxima segunda-feira, após reunião do partido.
Nesta sexta-feira, o deputado estadual Luciano Azevedo (PPS) comentou a provável indicação do correligionário. Segundo ele, o nome de Berfran é uma unanimidade no partido, resta apenas o aval da governadora, que não deverá apresentar resistência. “Berfran está no terceiro mandato como deputado estadual, já foi secretário de Meio Ambiente, é um cara que conhece detalhadamente o Executivo e participou da construção deste governo. Hoje o nome dele é consenso dentro do partido”, afirmou.
O deputado passo-fundense também comemorou a aliança do PPS com o PSDB para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal (junto do PP). “Essa coligação repete há de quatro anos, que já havia sido exitosa ao eleger nove deputados estaduais. Para esse ano, nossa perspectiva é ampliar para 11 deputados eleitos. Particularmente para mim, a aliança é confortável porque me coloca na mesma condição de competitividade que tive na eleição anterior”, analisou o parlamentar.
Luciano garantiu, ainda, que apesar de o PPS, ao longo dos últimos meses, ter cogitado coligar com o PSB, de Beto Albuquerque (que mais tarde retiraria a candidatura), e depois com o PTB, do pré-candidato Luis Augusto Lara, a primeira opção sempre foi o PSDB. “Tivemos algumas conversas com outros partidos, mas nunca fechamos as portas para o PSDB, que sempre foi a opção número um. O partido precisava defender os seus interesses para que os deputados não fossem prejudicados nas eleições proporcionais”, revelou.
Como fica o PP?
Durante quatro três meses de negociações em torno da coligação PSDB/PPS/PP, a vaga de vice passou por nomes como o do deputado federal Vilson Covatti, do ex-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, e do ex-secretário de Agricultura, João Carlos Machado, todos progressistas. O primeiro foi descartado a pedido de Yeda, o segundo não teria aceitado a indicação e o terceiro não teria apoio nas bases do partido.
Nos bastidores, a falta de consenso estaria causando uma crise interna no PP, que preferiu abrir mão da vaga em troca do apoio irrestrito de tucanos e socialistas na candidatura ao Senado da jornalista Ana Amélia Lemos. Em caso de reeleição da governadora, os progressistas também deverão ficar com grande número de vagas no 1º e 2º escalão do Executivo.