Redação/ON
Na estreia da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, os programas dos dois principais candidatos à Presidência, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), mostraram discursos com forte apelo emocional, com destaque para a trajetória de vida dos presidenciáveis. Os primeiros programas também deixaram claro a estratégia de campanha de cada coligação. Enquanto a petista se escora na figura do presidente Lula e nos oitos anos em que o partido esteve a frente do governo, como mostra claramente o slogan "Se o Lula tá com ela, eu também tô", o tucano aproveita a popularidade do presidente e tenta criar um vínculo com à própria figura, adotando como slogan “Pro Brasil seguir em frente, sai o Silva e entra o Zé”.
O programa de Serra, que foi o primeiro a ser exibido, conforme sorteio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostrou a origem modesta do candidato e destacou o currículo de líder estudantil, ministro que ajudou a implantar o Plano Real e primeiro governador de São Paulo eleito em primeiro turno. Com a intenção de desfazer a imagem de que é um candidato da elite, o vídeo mostrou Serra, agora tratado como Zé Serra, até mesmo em um churrasco na laje, e apelou para o emocional dos eleitores mostrando o presidenciável conversando com pessoas comuns e mostrando histórias de superação. O programa mostrou ainda que a campanha vai ser embalada pelo hit Bate Coração, de Elba Ramalho.
Já o programa eleitoral de Dilma, o quinto na ordem definida pelo TSE, explorou a biografia da candidata, levantando desde a infância, em Minas Gerais, até a participação no movimento estudantil, que a levou a prisão, na década de 1970, e a entrada para a política no governo gaúcho. O presidente Lula apareceu em alguns trechos do vídeo, afirmando em dado momento que desde que conheceu Dilma, em 2002, sabia que seria ela a sua sucessora. O programa ainda quebrou paradigmas ao colocar a candidata falando sobre si própria e sobre propostas de governo como se estivesse em uma “roda de mate”. Ao final do vídeo, Dilma aparece em roupas de ginástica, brincando com um cachorro, em um apelo para tentar desfazer a imagem de durona atrelada a sua pessoa.
Terceira na preferência dos eleitores em todas as pesquisas de intenção de votos feitas até hoje, a candidata do Partido Verde, Marina Silva, foi a penúltima a aparecer no primeiro bloco da propaganda. O audiovisual destacou, com imagens e narração em off, as ameaças atuais ao meio ambiente, como o aquecimento global. A candidata só aparece no final, com a declaração “Sou Marina Silva, candidata à Presidência do Brasil”.
Nanicos protestam
O programa de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), explorou, por meio de fotos e narração, a biografia do candidato, um dos fundadores do PT. Já Rui Costa Pimenta (PCO), e Zé Maria (PSTU), apontaram discriminação contra as candidaturas menores em função do pouco tempo no rádio e na TV e da não participação em debates, e criticaram o processo eleitoral como um “jogo de cartas marcadas”. José Maria Eymael (PSDC), mostrou, por sua vez, a sua trajetória política e origem gaúcha. O candidato Levy Fidélix (PRTB) se apresentou como o candidato da justiça, do progresso e do desenvolvimento. Último na ordem definida pelo TSE, Ivan Pinheiro (PCB) defendeu o “voto de protesto” e afirmou que o “Brasil só muda com a revolução”.
Para ver e ouvir
O horário eleitoral gratuito no rádio está indo ao ar entre 7h e 7h50 e 12h e 12h50. Na TV, a transmissão ocorre das 13h às 13h50 e das 20h30 às 21h20.
