O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse neste domingo, 31, após votar no colégio Sion, no bairro de Higienópolis, que "o Brasil precisa pensar mais sobre o seu futuro". Ele se referiu à declaração da candidata Dilma Rousseff (PT) de que, passadas as eleições, o País precisa construir pontes, uma referência à necessidade de coalizões políticas. "Se olhar o PT nos últimos oito anos, ele nunca acenou proposição nenhuma", afirmou.
Segundo o ex-presidente, "se ela (Dilma) ganhar, vai depende de como ela vai proceder, não basta intenção". Ele foi taxativo: "O currículo é ruim. É de agressão, o presidente da república jogando com todo o seu prestígio e dos seus recursos materiais numa campanha. É difícil poder acreditar nisso. Acho que seria muito bom, ganhe quem ganhar, que haja uma visão de Brasil." Para FHC, o abuso de poder, durante o governo Lula, foi evidente. "Sem dúvida, abuso total, abuso do poder político."
De acordo com o ex-presidente, Lula e a candidata do PT já deveriam ter discutido no programa de campanha a reforma política. "Mas isso não é de repente. Depois da transição que eu fiz para o Lula, uma coisa bastante civilizada, esperava isso, mas cooperação. Não aconteceu, pelo contrário. O governo do presidente Lula se caracterizou pela intransigência, intolerância. Um bom, outro é mau. E o mau, geralmente, do PSDB, sou eu.", avaliou. "Está bem, julgamento deles. Espero que isso mude. Senão, não avançamos politicamente. Ficamos numa coisa de cara ou coroa."
Já retornando a pé para a sua casa, o ex-presidente dirigiu ataques ao governo Lula: "O Brasil precisa de pontes, realmente. Mas a ponte tem que ser construída. Por enquanto, o governo do presidente Lula e o PT foram dinamitadores de pontes. Como é que eu vou acreditar em quem usa dinamite para fazer ponte?"
Sobre a saída de Lula da Presidência após dois mandatos consecutivos, FHC afirmou: "Quem sabe caia na cabeça dele que esse negócio de presidência não é divino, é momento da vida. Depois, tem que ter mais pé no chão."
Com informações do site O Estado de São Paulo