Redação ON
A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) realizou na manhã de segunda-feira, a primeira reunião com a coordenação política da campanha discutindo o governo de transição e a agenda para os próximos dias. A expectativa é de que a equipe de transição seja anunciada na quarta-feira, tendo como coordenador político o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o ex-ministro Antonio Palocci como coordenador técnico. A primeira reunião já pode ocorrer na sexta-feira. "A festa foi ontem. Agora é hora de trabalhar", disse Palocci. Pelo lado do governo, a coordenação deverá ficar a cargo do ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, como prevê um decreto do presidente Lula que determina que o comando da equipe de transição do governo deve ser exercido pelo titular da pasta.
A presidente eleita deve tirar uma folga a partir desta terça-feira até sábado, no Rio Grande do Sul. No fim de semana, a petista volta a Brasília para acompanhar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem à África e ao G-20. Dilma recebeu os assessores em sua residência no Lago Sul, área nobre de Brasília. Além de Dutra e Palocci, participaram o coordenador do programa de governo e assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, e o assessor Giles Azevedo, cotado para ser seu chefe de gabinete.
Durante o dia, Dilma também recebeu uma série de telefones de presidentes de Estado, como o presidente americano Barack Obama. O presidente americano falou com a petista sobre energia limpa, crescimento e a reconstrução do Haiti. O assessor especial Marco Aurélio informou que, além de Obama, a petista recebeu telefonemas de chefes de Estado, como Nicolas Sarkozy (França). Também recebeu amigos como o senador Eduardo Suplicy que levou flores para a presidente eleita.
Transição
Dilma tem uma verba de R$ 2,8 milhões e poderá contratar 50 funcionários para o governo de transição, que vai da proclamação da eleição (que em geral ocorre dois dias após o pleito) até 31 de dezembro. Em agosto, o Ministério do Planejamento criou um grupo de trabalho formado por 30 servidores de vários órgãos que ficarão responsáveis por fornecer à transição as informações necessárias sobre o governo federal.
Com esses dados, será formada a "agenda dos 120 dias", com todos as medidas de curto prazo, como contratos, pagamentos a serem feitos, ações institucionais que precisam ser cumpridas. A ideia da agenda é garantir que o próximo presidente não seja surpreendido por prazos e para dar continuidade a ações em andamento. O grupo de trabalho ficará responsável por fazer um levantamento do que foi prometido pelo presidente Lula na campanha de 2006 e comparar com o que foi realizado. O governo de transição será instalada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil). O presidente Lula marcou para sexta-feira (5) uma reunião ministerial para orientar as ações e definir as atividades.