Fernanda Bruni/ON
Nenhum dos dois vereadores do PMDB, João Pedro Nunes e Paulo Neckle, decidiu sobre a assinatura do requerimento do vereador Rafael Bortoluzzi (PP) para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias sobre fraude nas licitações da empresa Kopp, responsável pelas lombadas eletrônicas em semáforos em vários municípios da região, entre eles, Passo Fundo.
Na sessão da Câmara de Vereadores da última segunda-feira, três vereadores assinaram o requerimento que, de acordo com o regimento da Casa, precisa ter ao menos quatro assinaturas para se formar uma CPI. Além de Bortoluzzi, os vereadores Márcio Tassi e Aristeu Dalla Lana, da bancada do PTB, concordaram com o requerimento. Espera-se, porém, que os dois vereadores do PMDB assinem o documento, uma vez que são da oposição.
Na tarde de ontem, o vereador João Pedro Nunes informou que ele e o vereador Paulo Neckle estão se reunindo para avaliar muito bem esta questão. “Não é só assinar. Quando se toma uma decisão, precisamos estar muito certos do que vamos fazer”, disse João Pedro. Ele, portanto garantiu que antes da sessão de hoje não garante uma tomada de decisão. A expectativa fica para a sessão plenária da Câmara para saber se haverá algum pronunciamento tanto de João Pedro Nunes, como de Paulo Neckle sobre o tema.
Conforme noticiado ontem, os demais vereadores, que pertencem à base do governo mantém a postura de aguardar a decisão da oposição para depois resolverem se assinam ou não. A questão é que a comunidade já cobra dos vereadores uma postura, uma vez que o caso tem tomado conta das conversas e há sim uma preocupação com a ética da empresa diante do contrato com o município por conta do que foi noticiado nacionalmente.
Entenda o caso
Um esquema de fraudes e propinas nas licitações para a instalação de pardais e lombadas eletrônicas em diversas cidades do estado, realizado pela empresa foi noticiado nacionalmente. O vereador Rafael Bortoluzzi fez uma investigação que apontou indícios, como cláusulas idênticas ao edital publicado na cidade e em quase todas as outras nas quais a Kopp venceu a licitação. Por este motivo Bortoluzzi, junto com os vereadores da bancada do PTB Márcio Tassi e Aristeu Dalla Lana acharam por bem seguir o exemplo das outras cidades que abriram CPIs ou mesmo suspenderam de maneira imediata o contrato com a Kopp. O deputado Diógenes Baseggio (PDT) está colhendo assinaturas para abertura de uma CPI no estado, uma vez que o escândalo conhecido como “Máfia dos Pardais” também envolve o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) do Rio Grande do Sul.
Passo Fundo não foi citada nas notícias nacionais e, por este motivo, a maioria dos vereadores ainda está em dúvida sobre abrir ou não uma CPI. Porém, como a empresa que cuida das lombadas eletrônicas do município é a Kopp, foi criada uma expectativa para que seja apurado o envolvimento, ou não, de passo-fundenses no esquema.