Oposição vive um de seus piores momentos

DEM E PSDB estão em crise: um sofre com rachas e deserções e o outro segue numa crise existencial cada dia maior

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Fernanda Bruni/ON

Os partidos que fazem oposição ao governo federal vivem uma de suas piores crises e isso se reflete nos redutos estaduais e municipais. Rachas, fusões, debates acalorados. A famosa intriga da oposição está cada vez mais frágil no Brasil. Há quem diga que não se faz mais oposição como antigamente. DEM e PSDB são os maiores protagonistas desta novela que parece não ter fim. Dois partidos que se mantiveram no poder durante oito anos, agora não sabem como fazer política nos bastidores e muito menos oficialmente.

Hoje, dos 22 partidos políticos brasileiros, 17 são situação, ou seja, apoiam o governo Dilma Rousseff. Isso quer dizer que 90% dos partidos são fiéis ao Governo Federal para uma oposição que em oito anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve duas únicas representações marcantes. A primeira em 2005 quando veio à tona o esquema do mensalão e a outra em 2007 por conta da derrubada da CPMF.

E agora o DEM já teve seu racha coma saída de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo que já criou seu novo partido, o PSD. Além disso, é corrente a informação de que outra parte do DEM busca fusão com o PSDB. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou ao ponto de apelar para que não haja deserções no PSDB. Pensamento de especialistas acredita que o DEM sozinho não sobrevive por muito mais tempo.

A fusão
Em Passo Fundo, o presidente do PSDB, Ademir Gomes Bertoglio, disse que o partido vê com bons olhos caso aconteça mesmo a fusão com o DEM. “Vai melhorar bastante o nosso partido. Todos terão o seu espaço aqui dentro e, caso o vereador Patric Cavalcanti queria se filiar a nós, o PSDB já teria um vereador na Câmara, o que para nós é muito bom”, comentou.  
Já o presidente do DEM em Passo Fundo, Adriano José da Silva, afirmou que o partido continua trabalhando firme, visando as eleições 2012. “Estamos trabalhando com uma nominata de candidatos a vereadores e trabalhando na candidatura para prefeito com o vereador Patric Cavalcanti. Vamos participar de uma reunião estadual e outra em Brasília para saber como proceder. Mas, certamente, é um dos piores momentos da vida partidária que estamos vivendo”, destacou.

Adriano também disse acreditar que esta situação não deve se definir antes das eleições 2012. “Infelizmente as atuais lideranças do DEM não souberam ouvir as bases. E hoje não se faz um projeto de poder sozinho, é necessário fazer alianças”, finalizou.   

O vereador Patric Cavalcanti (DEM) disse que a fusão, caso aconteça, deverá fortalecer a democracia. Ele defende uma reforma política já que existe muito partido para a população saber quem é oposição e quem não é. “Nós aqui no interior ainda não fomos ouvidos sobre esse assunto. Mas, como é uma decisão de cima para baixo, teremos que acatar. Acho que vai fortalecer a sigla partidária para os próximos pleitos. E quanto ao PSDB, nós sempre tivemos uma boa relação, temos uma mesma linha ideológica. Mas, acho que precisamos discutir isso um pouco mais”, comentou.

O fato é que o mais prejudicado nesse vai e vem dos partidos é o eleitor. Muitas vezes, aquele cidadão que já se identificou com propostas e idéias de um partido e de um político, fica confuso e acaba se perdendo numa identidade que não se define nunca. Agora é esperar para ver as consequências de um projeto político mal construído.  Enquanto isso, o presidente nacional do DEM, Agripino Maia, segue apagando os incêndios.

Gostou? Compartilhe