PPA Participativo deve ter RS 2 bi em recursos

Reunião que lotou o auditório da FEAC/UPF contou com a presença de lideranças regionais para estabelecer as prioridades da região no orçamento do estado

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Fernanda Bruni/ON

O vice-governador Beto Grill (PSB) e o Secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta (PT), presidiram a reunião do Plano Plurianual (PPA) Participativo no último sábado em Passo Fundo. Gril destacou que esta é uma ação inédita do governo estadual e que as assembléias têm dado resultados muito positivos. Motta declarou que já está sendo articulada junto ao BNDES e ao Banco Mundial, a liberação de recursos de aproximadamente R$ 2 bilhões para a realização dos projetos oriundos dessas reuniões.

O Secretário do Planejamento, João Motta, falou que o tema na reunião em Passo Fundo não poderia ser diferente: desenvolvimento econômico. “Certamente o tema central é o desenvolvimento econômico da região que uma das mais desenvolvidas do estado. Ela precisa ter mais investimentos no sentido de mantê-la competitiva, com mais qualidade a partir do que já está aparecendo no país como necessidade para se gerar uma outra realidade de desenvolvimento. Incorporar mais tecnologia, gerar mais parcerias, produzir mais conhecimento aqui na região e estimular as cadeias produtivas existentes. Acho que há uma necessidade de apostarmos na qualificação da prestação de vários serviços como a infraestrutura de energia, a geração de infraestrutura de base para acesso à internet”, destacou.

Para Motta, a região de Passo Fundo que é uma das mais fortes, tem responsabilidade redobrada dentro desse contexto. “O governo o estado já está negociando duas cartas consulta com o BNDES e Banco Mundial no valor de aproximadamente R$ 2 bilhões que financiarão os programas discutidos no PPA Participativo. A região tem que ter essa sensibilidade. Nós queremos discutir aqui o macro, ver o que a região precisa para se desenvolver ainda mais, principalmente esta região que tem um peso econômico muito grande no estado”, comentou.

O vice-governador Beto Grill afirmou que o governo estadual visa afinar cada vez mais a participação popular. “Estamos formulando uma proposta unindo os aspectos do orçamento participativo, proporcionando também o diálogo virtual através da internet. O primeiro pilar que se manifesta na prática é exatamente esse tipo de assembléia sobre o PPA. É uma ação inédita, estamos trabalhando o PPA em nove regiões dos Coredes (Conselho Regional de Desenvolvimento) e tem dado um resultado fantástico. Estamos percebendo a grande participação de universidades, de setores empresariais, de trabalhadores, das comunidades como um todo. É um instrumento de participação popular”, comentou o vice-governador.

Sobre como são eleitas as prioridades das regiões, Beto Grill explicou que são eleitos delegados nas regiões que depois vão interagir com o grupo técnico da secretaria do planejamento no sentido de estabelecer quais as prioridades e critérios em cada região. O que importa é essa estratégia de orçamento regionalizado. O Rio Grande não é um estado único e nem consegue se pensar somente em metade Norte ou metade Sul, nós temos vários pequenos ‘Rio Grandes’ e cada um com suas características, com seus problemas, suas potencialidades e que precisam ter tratamentos diferenciados”, destacou.
Os Coredes, segundo Grill, têm feito um trabalho efetivo de diagnósticos e propostas de um sistema de desenvolvimento que tem matizes regionais, microrregionais e macrorregionais. “Este trabalho feito pelos Coredes será avaliado para estabelecermos o que é realmente prioridade. O diagnóstico foi feito, as propostas já existem. Ninguém está de braços cruzados esperando que as coisas aconteçam. O Rio Grande através das suas representações está sendo um sujeito ativo. Nós precisamos avaliar o que podemos realizar dentro das nossas condições financeiras”, afirmou.

Beto Grill tem sido visto como um vice-governador ativo e declarou que esta é uma determinação do governador Tarso Genro (PT) que desde a campanha pediu que o governo estivesse cada vez mais próximo da comunidade. “Eu tenho sido um agente dessa ação, tenho me encontrado com universidades, associações comerciais, entidades de trabalhadores buscando essa sintonia, interagindo e trocando experiência. Nesse sentido estamos trabalhando para que o ganho político seja efetivo, mantendo e aprofundando o ambiente de otimismo que existe hoje. Propostas de desenvolvimento têm várias, mas o que mudou nos últimos anos foi a atitude das comunidades, dos políticos, dos dirigentes empresariais que estão arriscando mais, sendo mais parceiros e buscando desenvolvimento”, pontuou.

Prefeito
O Prefeito de Passo Fundo, Airton Dipp (PDT), disse que essa iniciativa do governo do estado em compartilhar com as regiões e com suas lideranças, representando instituições privadas, públicas, sindicatos, trabalhadores, setor empresarial e planejar aquilo que será feito nos próximos quatro anos de investimentos no Rio Grande do Sul é extremante positiva. “Nessa região de Passo Fundo tem cinco Coredes representados e estão apresentando aquilo que foi discutido neste último ano. É claro que é um passo inicial, PPA não significa locar recursos e, sim, uma previsão daquilo que poderá ser feito através dos orçamentos que são discutidos a cada ano”, frisou.

Dipp destacou algumas demandas da região de Passo Fundo. “Nós temos duas demandas: uma do Conselho de Produção que é o planejamento estratégico e as demandas do município. O Aeroporto Lauro Kourtz precisa de investimentos para que a médio prazo possamos transformá-lo em aeroporto de cargas e a longo prazo em aeroporto internacional. Mas, precisamos de investimentos imediatos para que tenhamos de fato uma ampliação de linhas que una a região de produção com o centro do país. Também há uma reivindicação que a Universidade Estadual (UERGS) se possa instalar na nossa cidade compartilhando com as demais instituições de nível superior a responsabilidade de formação dos nossos alunos e estamos solicitando que os municípios menores tenham seus acessos asfaltados para que possam escoar a sua produção e se integrar cada vez mais com a cidade pólo que é Passo Fundo”, finalizou o prefeito.     

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