Fernanda Bruni/ON
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Controladores de Velocidade vai intimar a engenheira responsável pelo estudo técnico de instalação dos equipamentos, Gislaine Alves, que assinou o documento, para explicar algumas falhas identificadas pelos membros da comissão. De acordo com o presidente da CPI, vereador Márcio Tassi (PTB), os vereadores acharam por bem convocá-la para a reunião e prestar esclarecimentos sobre esse estudo para que possam entender o que aconteceu. “Uma das falhas que constatamos é a falta de datas. Não dá para saber quando foi feito. Não tem data nem no começo, nem no meio, nem na assinatura. Em alguns pontos foi preenchido o número de acidentes ocorridos, em outros não. Isso eu já considero uma maquiagem e nada mais justo que conversar com quem assinou. Que estudo é esse então?”, refletiu Tassi.
Outro aspecto levantado é a questão do carimbo. “Ela assina com um carimbo da Secretaria de Segurança Pública que foi criada em outubro de 2010, mas que só passou a existir de fato em fevereiro deste ano. Porém, o estudo é de 2008. Como se explica isso? Não sei como é que conseguem fazer algo tão esdrúxulo. Acho que teremos novas e alarmantes informações a respeito deste contrato”, comentou o vereador. Tassi acrescentou que depois de colocados os controladores, a cada ano deve haver uma renovação desse estudo. Isto está previsto no Código de Trânsito Brasileiro, vigente desde 2006. “Passo Fundo não fez nem antes, nem durante e muito menos após a instalação”, afirmou.
O Secretário de Segurança Pública do município, Márcio Patussi (PDT), afirmou que as datas das fotos apresentadas no estudo técnico são datadas de 08 a 10 de setembro de 2008 o que comprova a veracidade dos documentos enviados à CPI. “O que interessa nisso tudo é a assinatura de uma engenheira que é servidora do município e atesta a veracidade das informações. Estamos tranqüilos em relação ao nosso trabalho e a nossa expectativa é que tudo se explique da melhor maneira possível”, declarou Patussi.
Viagem
O vereador Rafael Bortoluzzi (PP), assessor da CPI, vai se deslocar hoje a Porto Alegre onde será recebido pelo responsável pela vistoria do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran/RS) em Passo Fundo para dar explicação referente ao relatório sobre os controladores de velocidade elaborado por eles e que ainda nem veio para o município. “Vamos buscar lá em primeira mão vão ser informações importantíssimas para a CPI para podermos anexar ao processo e a partir daí seguirmos numa investigação mais profunda para os pontos onde o Cetran apontar irregularidades, o que vai acabar nos dando um novo Norte para os trabalhos”, comentou Tassi.
Para Bortoluzzi a grande margem de dúvida é sobre as validades dos estudos técnicos feitos. “Vamos buscar junto a este órgão competente sobre a veracidade ou não deste contrato. Vamos levar um ofício em mãos solicitando um envio deste relatório para que ele faça parte do corpo de documentos que estamos juntando. Acredito que nossa ida vá motivar mais agilidade no envio desse material. É uma conversa oficial, mas informal”, frisou.
OAB
A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Passo Fundo, Patrícia Alovisi, não compareceu nas reuniões da CPI, conforme havia sido divulgado pela comissão. “É para ser uma visita totalmente informal para conversarmos, mas até agora não apareceu. Acho que a nossa parte nós fizemos, eu vou dormir com a consciência tranquila de que estamos tentando congregar as forças, mas já que até agora não pudemos contar com essa pessoa e com esse órgão que é tão importante, nós vamos continuar trabalhando e investigando para chegarmos a uma solução final”, pontuou Márcio Tassi.
