O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, prestou ontem (17) esclarecimentos sobre a matéria publicada pela Folha de S.Paulo, no domingo (15), na qual o jornal noticia o aumento de seu patrimônio. Por meio de e-mail enviado pelo assessor especial da Casa Civil, Thomas Traumann, para a liderança do DEM no Senado e divulgado no final da tarde, o ministro afirma que todas as informações relacionadas à sua evolução patrimonial constam de sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física.
O texto diz também que todas as informações sobre a empresa Projeto e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesse foram registradas na Comissão de Ética Pública da Presidência da República quando tomou posse como ministro. Segundo o e-mail, a empresa Projeto prestou serviços para clientes da iniciativa privada, tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos. Ele afirma ainda que o patrimônio auferido pela empresa foi fruto da atividade de consultoria e é compatível com as receitas alcançadas nos anos de exercício.
“No mercado de capitais e em outros setores, a passagem pelo Ministério da Fazenda, BNDES ou Banco Central proporciona uma experiência única que dá enorme valor a estes profissionais no mercado. Não por outra razão, muitos se tornaram, em poucos anos, banqueiros como os ex-presidentes do Bacen e BNDES Pérsio Arida e André Lara Rezende, diretores de instituições financeiras como o ex-ministro Pedro Malan ou consultores de prestígio como ex-ministro Mailson da Nóbrega” afirma o assessor da Casa Civil.
Ainda de acordo com o e-mail, “não há nenhuma vedação que parlamentares exerçam atividade empresarial, como atesta a grande presença de advogados, pecuaristas e industriais no Congresso. Levantamento recente mostrou que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura são sócios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestação de serviços ou de atividade rural”.
A nota esclarece também que o objeto da sociedade foi modificado antes da posse de Palocci para vedar qualquer prestação de serviço que implique conflito de interesse com o exercício de cargo público. Ainda de acordo com o documento enviado aos senadores, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República concluiu que os esclarecimentos prestados pelo ministro quando da posse são suficientes e descartou qualquer irregularidade.
*Agência Brasil