De volta à ágora

A mobilização que começou com protestos em rede social devido ao pronunciamento polêmico de um vereador, saiu da rede e promete se manter ativo na discussão de problemas do município

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A praça volta a ser palco da cidadania, ao menos foi o que aconteceu neste domingo, 02. Enquanto a maioria acompanhava o jogo do time preferido ou aproveitava a tarde de sol, uma dúzia de pessoas se reuniu na Praça Marechal Floriano para discutir àquilo que lhes incomoda em relação à política municipal e aos problemas da cidade. Ainda que poucos, jovens com e sem militância partidária começam a dar mostras que o discurso indignado na rede pode ser transformado em ação.

O encontro foi marcado através do grupo de discussão do Facebook, intitulado “Passo Fundo a Capital dos Buracos”. Mais de 4,6 mil pessoas acompanham o debate na rede social, mas pouco mais de uma dezena se dispôs a extrapolar o espaço digital. Entre os temas tratados no domingo, o aumento do número de vereadores e os setores carentes de investimentos no município.

O líder estudantil Guido Lucero afirma que o posicionamento da maioria do grupo é contra o aumento no número de vereadores. “Justamente porque a gente já tem 12 vereadores, com uma folha salarial de R$ 7 mil por mês (cada um). O aumento para 21, que seriam nove vereadores a mais, acarretaria maiores gastos de salários, além de assessores, gastos de viagens e outras vantagens que eles tem. Acreditamos que toda esta despesa poderia ser destinada para saúde, educação, segurança e transporte públicos da cidade”, afirmou.

Um ponto questionado por muitos usuários que interagem na rede, diz respeito a participação de representantes de partidos políticos na mobilização. “A discussão está bem grande sobre a participação de partidos, tanto aqui quanto no Facebook o pessoal está preocupado com uma possível manipulação. Mas a gente acredita que a pessoa, por mais que tenha uma sigla partidária, é um cidadão e tem o direito de estar protestando. Com certeza vai haver partidos que querem se aproveitar da situação. Nós já temos vereadores na página do Facebook se manifestando como se estivessem ao lado do povo e a gente sabe que a realidade não é esta”, avalia Lucero.

O carteiro Cássio Manezes considera que este é um momento de importância histórica. “Esta discussão vai ao encontro dos problemas que a cidade possui e questiona o tipo de política institucional que existe e não tem dado conta e não se propõe a discutir resolver os problemas. De alguma forma as redes sociais acabam fazendo com que a haja uma convergência de quem sente estes problemas e que se canalize isso para algum tipo de manifestação que seja permanente. A gente pretende estar pautando de alguma forma para engajar a população e, neste sentido, tem sido bem sucedido o movimento que acabou vindo a se constituir nas redes sociais com o episódio do Roque Letti”, considerou Menezes. Em relação ao vereador, o grupo está se organizando para conseguir a quebra de decoro parlamentar.

A próxima reunião do grupo foi marcada para quarta-feira, dia 5, no salão do Cpers/Sindicato (Rua Antonio Araújo, 253 - Bairro Annes). A pauta que está sendo anunciada para debate pelo grupo é:
- Apresentação do Comitê das Lutas Sociais (Histórico do Comitê em Defesa do Transporte Público e últimos relatos);
- Informes (Greve dos Correios, Greve dos Bancários, paralisações e relatos);
- Análise e avaliação do Ato da quebra de decoro parlamentar do Vereador Roque Letti (PDT);
- Levantamento dos problemas da cidade;
- Organização do Comitê das Lutas Sociais;
- Encaminhamentos;
- Assuntos Gerais.

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