O senador Reditario Cassol (PP-RO) defendeu ontem, da tribuna do Senado, o fim do auxílio-reclusão para os condenados que estiverem cumprindo pena e a adoção da pena de chicotadas contra os presos que se recusarem a trabalhar nos presídios. Ele alega que "pilantras, vagabundos e sem-vergonhas" recebem um tratamento melhor do que os trabalhadores brasileiros.
O deputado questionou o "desamparo" dos parentes das vítimas, enquanto o governo — segundo ele — gasta por ano "mais de R$ 200 milhões do orçamento para sustentar a família dos presos que cometeram crime hediondo, crime bárbaro". O deputado afirma que o preso recebe uma bolsa de R$ 802,60 para seu sustento. Protestou dizendo que mesmo que seja auxílio temporário, a prisão não é colônia de férias. No seu entender, a pessoa condenada por crime grave deve sustentar os dependentes com o trabalho nas cadeias. Ele comparou a situação aos trabalhadores desempregados que, "além de tudo isso, muitas vezes é assaltado, tem a casa roubada e precisa viver recluso atrás das grades de sua própria casa". Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), disse que compreendia a "indignação" do colega, mas que, em nenhuma hipótese, aprovaria a utilização do chicote, "porque seria uma volta da Idade Média".