Nova democracia?

Movimentos em todo o mundo provocam um questionamento sobre a forma de se fazer política e o sistema social estabelecido.

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“Não vejo nenhum partido que venha ao encontro do que eu penso. Sem falar do próprio sistema eleitoral que é completamente injusto com quem deseja propor algo diferente. Serve mais para manutenção do poder do que para abrir possibilidade do poder ser questionado”. A afirmação é do estudante de Filosofia, Arthur Bispo, 24 anos. Ele é figura garantida em mobilizações organizadas em Passo Fundo e ativo em movimentos estudantis.

O jovem reflete a postura de boa parte dos participantes de mobilizações, como a do recente “15 de Outubro”. Na data, atos públicos foram articulados em todo o mundo, através da internet, sob o slogan “Democracia Real Já”. Como Arthur, alguns filhos da chamada geração perdida, nascidos na década de 80, tentam encontrar um caminho. Do mundo Árabe à Wall Street, pessoas se mobilizam em torno de causas, mas sem clara ideologia. Cada lugar clama por uma mudança diferente, mas todos se dizem “indignados”. É característica das recentes mobilizações a ausência de uma voz uníssona, seja partidária ou mesmo ideológica.

No Brasil, desde o início dos anos 90 quando os caras-pintadas saíram às ruas para exigir que o então presidente Fernando Collor de Mello fosse retirado do poder, não se via uma mobilização de expressão nacional. A pergunta que paira é se há possibilidade de colocar em prática novas formas de democracia frente a atual ausência de identificação com instituições representativas tradicionais?

O professor da Imed Jandir Pauli, acredita que insurgência de grupos via internet é uma etapa importante do amadurecimento político e participação social. Além disso, a organização horizontalizada reflete a crise das instituições oficiais. “Esta falta de engajamento significa um descrédito nas instituições políticas que nós temos; movimentos que perderam a sua credibilidade. As redes sociais são uma ferramenta poderosa para canalizar a indignação”.Para Pauli um fator comum em diversas partes do mundo é existência de um sentimento de que os mercados financeiros e as instituições globais precisam ser controladas.

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