A Comissão de Assuntos Sociais aprovou nesta quarta-feira (8), requerimento da senadora Ana Amélia (PP-RS) para discutir o elevado índice de acidentes com motocicletas que têm causado diversas mortes diariamente no país. O objetivo do debate que será realizado em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos é encontrar alternativas para minimizar o problema. “Esse é um problema muito grave que está matando mais que muitas das doenças - disse a senadora”, disse.
Nos últimos dez anos, 65 mil pessoas morreram vítimas de acidentes com moto. Desde 2007, as motos já matam mais do que os carros. De lá para cá, a diferença entre os acidentes fatais de motociclistas e o de condutores ou ocupantes de carros registra aumento. Em 2009, as mortes de motociclistas ultrapassaram as de pedestres e alcançaram o topo do ranking de mortes por acidentes - de qualquer tipo, não só de trânsito.
Em 2010, foram 10.134 mortes de motoqueiros. Enquanto as mortes por atropelamento caíram 30% quando comparadas às de 1996, as de motociclistas cresceram 1.298% no mesmo período.
Devem ser convidados para discutir alternativas sobre o tema o diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Júnior; o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Roberto Yoshio Akiyama; o diretor-presidente da Seguradora Líder, responsável pela administração do Seguro DPVAT, Ricardo Xavier; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas da Cidade de São Paulo (Sindimoto/SP), Aldemir Martins de Freitas.
Por sugestão do senador Paulo Davim (PV-RN), também participará do debate um representante da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (Sobrati). O senador disse que os hospitais de urgência recebem muitos acidentados e podem apresentar sua visão do problema. Num só fim de semana, informou Davim, o Hospital de Trauma de Natal (RN) atende mais de 100 acidentados de moto, dos quais grande parte resulta em traumas crânio-encefálicos e amputações.