O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou ontem que Passo Fundo está entre as cidades prioritárias nas eleições municipais deste ano. Embora não garanta a presença durante a campanha dos dois principais ícones da sigla: o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Roussef, o dirigente nacional deixa claro que o investimento nos municípios considerados estratégicos será forte. Falcão esteve reunido nesta quinta-feira, 17, com as executivas estadual e municipal do PT, filiados e com representantes dos partidos integrantes da base aliada da atual administração.
“Contamos com uma experiência muito grande das administrações públicas. O ‘modo petista de governar’ começou primeiro nas pequenas cidades, chegou às cidades médias, depois às capitais e finalmente à presidência da república”, indicou o líder da sigla. As diretrizes do que os partidários denominam de ‘modo petista de governar’ inclui priorizar a “participação popular, a transparência, a inversão de valores, o combate à corrupção e democratização do uso do território”. Estes princípios devem nortear os programas de governo das chapas lideradas pelo PT no estado, além de agregar demandas locais às campanhas. “Este projeto vai ser plebiscitado nestas eleições, contra aqueles adversários que vinham de um projeto anterior e que em países da Europa e nos Estados Unidos tem levado as populações locais muito sofrimento, com políticas que, para combater uma crise provocada pelos grandes bancos, joga o ônus nas costas de quem não foi responsável”, opinou o dirigente.
Mesclando elogios aos governos Dilma e Tarso, com dados sobre o desempenho obtido, Falcão afirmou que em 2011 o Brasil foi o país que mais gerou empregos formais no mundo, em proporção ao número de habitantes. “Passamos a ter uma influência nos fóruns internacionais, o Brasil hoje é interlocutor de várias soluções mundiais porque defende a paz, a não intromissão em assuntos de outros países e a autodeterminação”. O presidente nacional apontou que entre as 118 principais cidades do país, o PT governa 30% delas, o que representa ter a seu favor 52% do eleitorado nacional e 40% do PIB brasileiro. “A nossa expectativa é que a gente possa manter as prefeituras que temos, reconquistar algumas que perdemos e avançar em direção às cidades estratégicas como é o caso de Passo Fundo. Além de ampliar a bancada de vereadores”. São considerados estratégicos aqueles municípios que têm mais de 150 mil eleitores ou onde existem universidades, polos econômicos e cidades que contam com redes de transmissão de rádio e TV.
Sobre a pouco provável participação da presidente Dilma no primeiro turno das eleições municipais, Falcão opinou não ser prejudicial a ausência. “A melhor contribuição dela, e ela tem frisado isso, é continuar governando bem o Brasil”. Já a presença do ex-presidente Lula em campanhas municipais vai depender de orientações médicas.
Nacionalizar e estadualizar a campanha
O presidente estadual do PT, Raul Pont, frisou a estratégia de orientar a campanha pelo alinhamento entre as diferentes esferas de governos. “Queremos estadualizar a nacionalizar as campanhas municipais porque o cidadão está se dando conta de que importa muito a identidade de projeto nas horas em que se vê mais gente incluída em projetos como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Queremos retirar a campanha de uma disputa local de pessoas e lideranças municipais. Queremos que os governos expressem uma identidade com o projeto político nacional e estadual porque queremos governar muito tempo”, comentou.