Tucanos em conflito de interesses

Diretório estadual insiste no apoio à candidatura do deputado Luciano, mas passo-fundenses não abrem mão de compromisso firmado

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“Nós não recuamos”. Claro e incisivo, Evandro Zambonato reafirmou que o PSDB municipal não está disposto a apoiar a candidatura do deputado Luciano Azevedo (PPS) para prefeito. A declaração veio após uma reunião com a participação do presidente municipal da sigla, Ademir Bertoglio, e da executiva estadual, que aconteceu em Porto Alegre na tarde de ontem. A decisão contraria os interesses do diretório gaúcho e da bancada tucana na Assembleia Legislativa, que, independente do interesse local, já anunciou apoio a Luciano. Está em jogo uma possível ascensão da primeira suplente de Luciano, a tucana Elisabete Felice, além do apoio do PPS a candidaturas próprias do PSDB em outros municípios.

O mal-estar entre os tucanos de Passo Fundo e a executiva estadual está instalado e deve se manter, pelos menos até a convenção do partido, no dia 30 de junho. “O partido está desconsiderando que o PSDB de Passo Fundo não quer apoiar o Luciano Azevedo. Eles querem enfiar goela abaixo”, reclama Zambonato. O PSDB local faz parte da aliança para a candidatura do peemedebista Osvaldo Gomes à majoritária e para disputar a proporcional alinhou-se o PP. No caso de uma intervenção estadual no município, o diretório local cogita buscar a Justiça para fazer valer sua decisão.  “Foi dada uma palavra. O partido tem honradez e vamos manter o nosso compromisso até o final. Mesmo assim, se a executiva estadual intervir vamos entrar na Justiça e já existe jurisprudência a nosso favor”, anuncia.

Os tucanos passo-fundenses criticam ainda a postura adotada pelo deputado. Para Zambonato, como presidente do PPS estadual, Luciano está usando Passo Fundo como poder de barganha, desconsiderando a vontade do PSDB na esfera municipal. “Temos uma coligação na proporcional já bem encaminhada com o PP, com a intenção de eleger um ou dois vereadores. Mesmo fora da majoritária, está bem encaminhada a questão de espaço para o partido”, argumenta.

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