Até hoje, 29, o fruto do trabalho da maioria dos brasileiros teve um mesmo destino: o pagamento de tributos. Os quatro meses e 29 dias (equivalentes a 150 dias, em média 5 meses) labutados somente para pagar a carga tributária significam o comprometimento 40,98% do rendimento bruto do contribuinte previsto para este ano. Os dados são do estudo anual feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e dizem respeito ao ganho médio brasileiro, balizado em R$ 1,4 mil.
Dissolvidos em diferentes impostos, taxas e contribuições, o impacto real desta mordida pode não ser devidamente percebido, mas dobrou dos em 40 anos. A média de dias trabalhados pelos brasileiros na década de 70 era de 76 dias (ou 2 meses e 16 dias), número que foi aumentando com o decorrer do tempo, de forma mais acentuada a partir dos anos 2000. Em 2012, o dia que encerra o período trabalhado somente para pagar tributos é o mesmo do ano passado, dia 29 de maio, mas resulta em um dia a mais em virtude deste ser um bissexto.
Apesar da retrospectiva desfavorável, o economista da Fundação de Economia e Estatística e professor da PUC-RS, Alfredo Meneghetti Neto, considera que desde 2009 existe uma tendência de redução de impostos. “Todos os países, inclusive o Brasil, vem tendo um cenário completamente diferente do que os últimos tempos mostraram; um cenário de ajuste da política monetária – que significa redução de juros – e também ajustes da política fiscal – que significa redução de impostos e redução de despesas. Na Europa e especificamente em alguns países focais como Grécia, Espanha e Itália, já vem ocorrendo esta política fiscal austera, com redução de impostos e despesas, consequentemente aquele cenário anterior à crise de 2008”, avalia.
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