Começa sessão para ouvir últimos advogados de réus do mensalão

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou hoje (15) à tarde a análise do processo do mensalão, que entra em seu décimo dia de julgamento. Esse é o último dia de defesa dos réus do processo, com a exposição dos advogados do ex-chefe de gabinete José Luiz Alves, do publicitário Duda Mendonça e da sócia dele, Zilmar Silveira.

Antes da apresentação dos advogados, os ministros discutiram como será a sequência do julgamento, optando por começar a votação ainda hoje. O ministro Marco Aurélio Mello pediu que a Corte não entrasse na nova fase nesta quarta-feira, mais foi voto vencido.

O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, explicou que só colocará em votação as questões preliminares, sem entrar no mérito da culpa ou inocência dos réus. Uma das questões em aberto é se houve cerceamento de defesa do réu Carlos Alberto Quaglia, argumento pode anular parte do processo.

A votação provocou indisposição entre os ministros. Contrariado, o revisor Ricardo Lewandowski disse que não votaria porque não foi consultado sobre o cronograma de julgamento. A ministra Cármen Lúcia questionou se o início da votação não deixaria a sessão muito longa, ao que Barbosa respondeu: “Se a senhora tiver que sair, pode sair. Já participei de sessão aqui que ultrapassou 23h. Não vejo porque objeção em relação a essa ação”.

Duante a votação da questão preliminar, o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, anunciou o cancelamento da sessão administrativa prevista para o início desta noite. “Estive com Joaquim Barbosa à noite e ele manifestou o desejo de proferir seu voto com o tempo mais alongado”, justificou.

A sessão prosseguiu com o início da defesa de José Luiz Alves, ex-chefe de gabinete do Ministério dos Transportes entre 2003 e 2004. Alves é defendido na tribuna por Roberto Pagliuso, o mesmo advogado que defendeu ontem (14) o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

Alves é acusado do crime de lavagem de dinheiro por ter sacado quantias no Banco Rural em nome do então ministro Adauto. O saque é confirmado pela defesa, mas os advogados sustentam que Alves não sabia da origem ilegal da verba.

Agência Brasil
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