Amanda SchArr/ON
Nesta segunda-feira, 08, servidores municipais e serventes de escola recolheram a sujeira que candidatos espalharam pelas ruas Passo Fundo durante o final de semana. A Praça Santa Terezinha, em frente à Escola Menino Jesus, foi um dos alvos da sujeira eleitoral. Na tarde de ontem, uma servidora municipal varria as centenas de papeis dispersos pelo gramado. Na Escola Estadual Cardeal Arco Verde, no Bairro Petrópolis, poucos papéis restavam em um dos acessos laterais. A entrada principal foi limpa por serventes da instituição e alguns dos sacos de lixo depositados ao lado do portão estavam cheios de material de campanha jogado em frente à escola.
A distribuição de panfletos e santinhos após as 22h do sábado, 06, que antecedeu as eleições é crime. Mesmo assim, a maioria dos colégios eleitorais amanheceu o domingo com o chão forrado de papeis com propaganda de candidatos. “Não houve nenhuma denúncia desta distribuição seja para eleitores ou de modo desorganizado nas ruas. Portanto, não se tem até este o momento o possível autor, ou os vários autores ao que me parece, destes fatos”, declarou a promotora eleitoral Ana Cristina Ferrareze Cirne, que ainda classificou a prática como desrespeitosa e inútil.
Por iniciativa da promotora os representantes dos partidos e coligações envolvidos no pleito foram chamados ao Cartório Eleitoral logo após o término da votação, às 17h de domingo. O objetivo foi comprometer as organizações políticas a realizarem a limpeza dos locais de votação onde foi jogado material de campanha. “Solicitei que ao invés do Poder Público limpar a cidade, que os próprios representantes de partidos e coligações contratassem pessoas para isso e que este material fosse encaminhado para oficinas de reciclagem”, explicou Ana Cristina. Embora os representantes tenham aceitado o “acordo de cavalheiros”, até a tarde de ontem nenhum deles havia informado o Ministério Público (MP) sobre o cumprimento do combinado.
Pelo acordo, o recolhimento deve ser comprovado em 48h que se encerram nesta terça-feira. “Uma parte do material foi apreendida e já determinei que se proceda a averiguação dos locais de votação para saber que como estão. Para que a população, a sociedade, os eleitores, até as crianças e adolescentes possam ter este desrespeito um pouco reparado”, afirma a promotora.
Opinião pessoal
“Pessoalmente, se tivesse encontrado no meu local de votação panfletos dos meus candidatos, certamente eu mudaria meu voto. Esta é uma conduta totalmente inútil. Eu não acredito que exista em pleno século XXI, com toda a informação que se tem, eleitor que chegue no local de votação e mude seu voto ou escolha seu candidato com o santinho que está ali, até atrapalhando a passagem das pessoas e poluindo a cidade”, avaliou Ana Cristina.
Crime ambiental
A promotora explica que embora não seja possível constatar o crime eleitoral sem identificar o responsável pela distribuição do material, o depósito irregular de lixo é crime contra o meio ambiente. “Por isso se constatarmos, até no máximo quarta-feira, que este material não foi recolhido adequadamente vamos encaminhar novas medidas jurídicas em relação a este fato”, assegurou a promotora.
Partidos devem comprovar hoje o cumprimento do acordo firmado com o Ministério Público para o recolhimento de santinhos e panfletos espalhados pelas ruas