Nem reforma administrativa, nem emendas ao Orçamento. Os dois assuntos foram adiados e o tema que pautou a sessão plenária desta segunda-feira foi a análise do veto ao projeto que tornaria obrigatória a instalação de portas giratórias nas casas lotéricas do município. A proposta de autoria de Paulo Neckle (PMDB) foi barrada pelo Executivo e nesta segunda-feira a maioria (nove votos a dois) dos vereadores decidiu pela manutenção do veto, mesmo tendo aprovado a matéria anteriormente. Somente o autor e o vereador Aristeu Dalla Lana (PTB) defenderam a manutenção do projeto.
Antes da votação Neckle ainda fez um apelo aos colegas. Ele explicou que as lojas do Banrisul são correspondentes, não casas lotéricas, portanto não seriam obrigadas a instalarem as portas giratórias. “A Caixa repassa a fundo perdido R$ 2 mil para investimento em segurança – remuneração adicional de segurança, blindagem e prova giratória. São R$ 300,00 mensais para unidades lotéricas que utilizarem segurança blindada ou porta com detector de metais. O restante seria financiado a quase custo zero”, argumentou. Ainda segundo o proponente, o investimento no equipamento seria muito inferior ao possível custo de uma indenização, em caso de violência aos estabelecimentos.
O vereador Roque Letti (PDT) rebateu os argumentou e defendeu na tribuna a manutenção do veto. “Eles (os proprietários dos estabelecimentos) vieram à câmara pedir aos vereadores que vetassem e deixassem a cargo de cada um gerir o seu próprio negócio”, afirmou. A solicitação teria feito a maioria dos parlamentares mudarem de ideia. Além de considerar o custo elevado para manutenção, Letti avaliou que haveria uma interferência demasiada do poder público sobre o a inciativa privada. “A ideia é ótima, mas cada um faz do seu negócio o que quiser. Do contrário, daqui a pouco vamos precisar ter porta giratória nos ônibus”, justificou.