Um novo movimento, com diversas faces, bandeiras e origens surge no Brasil. As redes sociais foram suas bases organizativas. Bandeiras com siglas e cores que representam um movimento ou uma sigla são substituídas por cartazes confeccionados por cada um, exaltando uma ou várias insatisfações com a estrutura moldada até então. A rejeição por partidos políticos é uma das características evidentes nas manifestações. Sob esse aspecto, procuramos ouvir os presidentes dos partidos políticos de Passo Fundo, com representatividade na Câmara de Vereadores, com o intuito de analisar qual a percepção deles a partir da construção desse novo cenário político nacional.
Direcionamento
As siglas partidárias não são indispensáveis, ao contrário, elas são essenciais para direcionar esse movimento que emergiu, argumenta o presidente do PDT, Ari Baldissera. Para ele, a rejeição aos partidos e, principalmente à figura dos políticos, é uma atitude compreensível, pois a população possui a chance de escolher seus representantes, mas ao mesmo tempo muitos deles não respondem aos anseios da sociedade, resultando nesta insatisfação. “Nós concordamos que o país possui diversos problemas, mas precisamos compreender que as mudanças não acontecerão com a mesma rapidez que queremos. Mas consideramos importante a presença de bases partidárias para guiar esse movimento principalmente para proporcionar direcionamentoà eles e garantir a conquista dessas reivindicações.” Ari comenta que é necessário ter cuidado para não perder o foco e para isso a base partidária é essencial. “São vários grupos com diversas bandeiras, o vandalismo que vem acontecendo é um indicativo da ausência de base política pra nortear os motivos que vem levando a sociedade para as ruas e a perda do foco central que os move”.
Nova proposta partidária
Para o PMDB é necessário criar uma nova proposta partidária e repensar o plano de trabalho de cada sigla. O presidente do partido, Edison Machado, afirma que com as manifestações nas ruas, mostrando sua indignação sob uma série de fatores e rejeitando as siglas e bandeiras dos partidos tradicionais são indicativos da necessidade de mudanças no cenário político brasileiro como um todo, principalmente na construção de uma nova proposta partidária. “Vivemos um choque moral diante da possibilidade das pessoas se eternizarem no poder. Outra questão importante é a centralização de poderes na esfera nacional, por isso é necessário uma reformulação dessa tendência para que os municípios e os estados possuam poder de decisão e de execução. Hoje o município é dependente de recursos do governo federal, ou seja, esse é um exemplo da centralização que existe e impede que as propostas e as demandas sejam executadas”. Ele comenta que o PMDB municipal estará se reunindo o mais breve possível, para debater essa situação e para planejar uma nova proposta de trabalho.
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