Um grupo de 13 ativistas ocupa o plenário da Câmara de Vereadores de Passo Fundo. Eles devem passar a noite no local preparando uma lista de reivindicações que será entregue na manhã desta terça-feira aos vereadores. Na pauta, deve constar o pedido de revogação do aumento da passagem de ônibus, mudança de horário das sessões na Câmara, redução no valor dos salários dos vereadores e início imediato do processo de licitação do transporte público, anunciado na semana passada pelo prefeito Luciano Azevedo. Os manifestantes não têm prazo para deixar o local.
Logo que anunciaram a intenção de permanecer no plenário, a Brigada Militar compareceu ao local. Como garantia de que se trata de um protesto pacífico, os próprios manifestantes solicitaram um levantamento sobre as condições internas do prédio para que nenhum dano fosse atribuído a eles. “Estamos aqui apenas para protestar. Realizamos 12 atos pacíficos nas ruas de Passo Fundo e manteremos essa postura” disse o comerciário Donatan Bertollo.
Segundo ele, a decisão de ocupar a Câmara não chegou a ser discutida entre outros representantes do Comitê das Lutas Sociais. “No final do último ato realizado na quinta-feira, foi feito o convite para o pessoal participar da reunião de hoje (segunda-feira). A decisão de ficar foi definida aqui mesmo” afirmou, ressaltando que tinha na mochila cobertor e água.
As negociações foram intermediadas pelo comandante do 3º RPMon, tenente-coronel Fernando Carlos Bicca. Todos os ativistas foram identificados pelos policiais. Ficou acertado que eles teriam acesso ao banheiro e que uma pessoa poderia entrar no prédio para trazer alimentos. Uma guarnição da Brigada Militar permaneceria vigiando o prédio do lado de fora.
Presidente da Câmara, o vereador Márcio Tassi também conversou com o grupo e concordou em realizar a reunião na manhã de terça-feira para receber o documento com as reivindicações. “Eles chegaram e permaneceram de maneira ordeira. Estão no direito de reivindicar” afirmou. O vereador Rui Lorenzatto também reconheceu a legitimidade do protesto. “É um local público onde todas as pessoas têm o direito de dar o recado, desde que seja de maneira pacífica e sem prejudicar as atividades” afirmou. Com a ocupação do grupo, a reunião Par Planaltina, marcada para às 18 horas, precisou ser transferida para o plenarinho.
Atualizada às 20h36