Dos seis vereadores que tiveram a prestação de contas reprovadas pela Justiça Eleitoral de Passo Fundo nas eleições de 2012, quatro deles já foram julgados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O órgão manteve a decisão em primeiro grau do juiz eleitoral da 33ª Zona, Dalmir Franklin, e negou por unanimidade os recursos dos vereadores Isamar de Oliveira (PT), e Paulo Pontual (Solidariedade). Ambos recorreram da decisão no próprio TRE.
Já os vereadores Aristeu Dalla Lana (PTB) e Sidnei Ávila (PDT) tiveram as contas aprovadas com ressalvas. O presidente do legislativo, Marcio Tassi (PTB) e a vereadora Claudia Furlanetto (PT) ainda aguardam julgamento dos recursos.
Paulo Pontual disse não ter preocupação quanto ao seu futuro político em decorrência desta decisão. Segundo ele, o problema foi gerado em razão do pagamento de alguns cabos eleitorais, na segunda-feira, após a eleição do domingo. “Não quero acreditar que terei problemas por isto. Paguei para cabos eleitorais que estavam trabalhando comigo há dois e três meses. A lei diz que o pagamento pode ser realizado dentro de 30 dias. Fiz a prestação com clareza, lançando todos os recibos. Agi de forma correta, e estou pagando por isto, não tem lógica” comentou.
O vereador Isamar de Oliveira disse que o sentimento pela decisão do TRE é de indignação. Ele afirma que suas constas foram rejeitadas devido a uma doação de material de campanha (panfletos) no valor de aproximadamente R$ 8,2 mil. O problema, segundo ele, foi ter recebido o material diretamente do doador. “A Justiça entende que ele deveria doar o dinheiro para a compra e não o material direto. Foi a única doação que recebi em toda a campanha. O resto paguei com recursos próprios. Declarei tudo isto” explica.
Em seu primeiro mandato, o vereador diz não temer por seu futuro político. Ele disse ter agido com toda transparência possível. Inclusive, revela, chegou a vender um veículo para devolver o dinheiro usado pelo doador na compra do material. “Eu não nasci na política. Tenho apenas a intenção de ajudar a sociedade. É desgastante passar por uma situação como esta. Tenho sofrido na Câmara. Agi com toda transparência possível e estou sendo punido. A Justiça não teve o mesmo entendimento para outros candidatos que receberam doações” lamenta.