Os ânimos ficaram exaltados na sessão plenária de ontem da Câmara de Vereadores. O fato ocorreu durante discussão e votação, do projeto de lei que visa a adoção da doação de sangue como critério de classificação nos concursos públicos municipais. O desentendimento foi entre o autor da proposta vereador Ernani Laimer (PPS) e o petista Rui Lorenzato, os quais quase foram as vias de fato diante do microfone de aparte enquanto o socialista Eduardo Peliciolli (PSB) usava a tribuna.
A tensão se deu a partir da defesa de Lorenzato que pediu aos colegas, em tom acalorado, o voto contrario para a proposta, sob a alegação que o projeto tinha cunha irresponsável, já que forçava a doação de sangue, e também podia expor pessoas que não pudessem fazer a doação por motivos de peso, religião ou saúde. Além disso, o parlamentar argumentou que essa prática também pode prejudicar os inscritos que não podem doar sangue. “Esse candidato não vai obter a pontuação destinada a esse critério”. Ele defendeu o mérito da proposta, visando o estimulo à doação, principalmente diante da queda do número de doações, mas destacou que o projeto forçava a prática. “A doação de sangue deve ser uma atitude voluntária das pessoas e estimulada através de campanhas e diálogo”. Na mesma linha de raciocínio, a vereadora Claudia Furnaletto (PT) e o vereador Sidnei Ávila foram contra o projeto.
Ávila ainda destacou que o projeto contribui com a politica de segregação que vem acontecendo pelo país. “Há cotas para negros, índios e querem cotas para homossexuais, mas até quando vai haver espaço para quem se destaca intelectualmente?”. Alberi Grando (PDT) também fez menção ao mérito da proposta, mas lembrou que o projeto restringe o livre arbítrio daqueles que podem, mas não querem doar.
Já Peliciolli usou o bom senso, e lembrou aos colegas, que o projeto, até então discutido era o original. “Anotei todas as argumentações dos colegas, mas devemos observar o substitutivo apresentado pelo autor, ao qual especifica que pessoas impedidas de doar, por motivos de saúde ou religião, ganhariam a mesma pontuação comprovando esse impedimento”. Nesse momento, Laimer se dirigiu ao microfone de aparte e questionou Lorenzato. “O senhor Rui me ofendeu, me chamou de irresponsável, mas não chegou a ler o projeto”. Enquanto Laimer usava o microfone de aparte Rui desceu até o local para também fazer uso da palavra e Laimer continuou questionando o parlamentar, quase partindo pra cima do petista. Os dois quase foram as vias de fato. O presidente da Casa, vereador Márcio Tassi (PTB) pediu ordem e Laimer voltou à sua cadeira e Lorenzato, tentou usar o microfone de aparte, mas iniciou sua fala em um tom de vítima. Peliciolli chamou atenção do vereador e pediu que usasse o espaço para comentar sobre o projeto e não sobre o fato ocorrido.
Por fim no meio da confusão, Peliciolli desistiu de usar a tribuna para que o projeto pudesse ser votado o quanto antes. Laimer e Rui continuaram batendo boca, de maneira distante. Entre os vereadores ainda inscritos, apenas Aristeu Dalla Lana (PTB) usou a tribuna. Entre criticas e elogios o projeto foi aprovado por 13 votos contra seis. Os votos contrários partiram da oposição.
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