A provável candidatura de Olívio Dutra (PT) mudou drasticamente o panorama da disputa gaúcha para o Senado, que até a tarde desta segunda-feira (26) tinha como principais candidatos Beto Albuquerque (PSB), Lasier Martins (PDT) e Emília Fernandes (PC do B). Na aliança que busca a reeleição de Tarso Genro, o PTB indicaria o candidato a vice-governador e o PCdoB ficaria com a vaga pelo Senado – com Emília Fernandes, já referendada pelos comunistas. O apoio do PTB a candidatura de Olívio ao Senado causou reviravolta no cenário.
Em nota oficial, o PT divulgou ontem à tarde que a proposta final de construção da chapa majoritária, com a indicação dos pré-candidatos a vice-governador e ao Senado Federal, será definida em reunião marcada para o começo da tarde de hoje, às 13h, com as direções estaduais do PT, PTB e PCdoB. Para o presidente do PT/RS, Ary Vanazzi, a chapa está sendo construída com respeito e unidade entre os partidos. “É uma construção coletiva, estamos dialogando entre os partidos para construir uma chapa que represente o conjunto do nosso projeto”, disse o presidente Vanazzi. Segundo o presidente do diretório municipal do PT, Neri Gomes, o lançamento oficial da chapa Frente Popular acontece no dia 6 de junho, no Teatro Dante Barone em Porto Alegre, com a presença do ex-presidente Lula da Silva.
Vice
O PTB decidiu ontem à tarde abrir mão da vaga de vice de Tarso Genro, com a condição de que a candidata não seja a ex-senadora Emília Fernandes. Nesse novo arranjo, aumentam as chances da ex-secretária do Turismo Abgail Pereira (PC do B), que em 2010 concorreu ao Senado, de ser vice. O que o partido quer é maior participação no governo, caso Tarso seja reeleito. Nesse novo arranjo, a tendência é que Emília concorra a deputada estadual ou federal.
Empolgados
Apesar de não confirmada, a candidatura do ex-governador - que não concorre a nenhum cargo eletivo desde quando teve negada a tentativa de reeleição nas prévias do partido em 2002, que escolheu como candidato Tarso Genro, então prefeito de Porto Alegre – empolgou o próprio petista. Em um evento realizado na capital nesta terça-feira (27), o ex-governador teria sinalizado que deverá aceitar o chamado do partido, como sustentam integrantes do PT. Perguntado se estava ‘fardado’, ele teria respondido “A bem da verdade, eu nunca tirei o fardamento”.
Tarso também estaria animado com o reforço. "O Olívio mudaria todo o panorama da disputa para o Senado, pelo tipo de história de apreço a política e a democracia que o candidato adversário não tem condições de projetar, pois não tem tradição política, pelo contrário, sempre foi um detrator da política, sempre foi uma pessoa que atacou os partidos e atacou o Estado", afirmou o governador no Prêmio Destaque do JC.