O município de Passo Fundo deverá ter aproximadamente 30 urnas espalhadas em pontos estratégicos da cidade durante a votação do plebiscito que acontece entre 1º a 7 de setembro, em todo o Brasil, na defesa de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Liderado pela sociedade civil organizada, a votação não tem caráter oficial, mas vai servir como ferramenta para pressionar o Congresso Nacional na aprovação de uma reforma politica. A expectativa dos organizadores é levar mais de 10 milhões de eleitores às urnas. No Rio Grande do Sul, a meta é atingir 500 mil votos.
A proposta de um plebiscito oficial chegou a ser encaminhado ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff, dentro do pacote de medidas anunciadas por ela durante os protestos que tomaram as ruas do país em junho e julho de 2013. A proposta previa a possibilidade de a população votar sobre o financiamento das campanhas, definição do sistema eleitoral, coligações partidárias, voto secreto no parlamento e suplência no Senado, mas não obteve a aprovação.
Diante da derrota no Congresso, diversos setores da sociedade organizada passaram a trabalhar na construção de um plebiscito popular para mudar as regras do sistema político no país. Foram criados comitês nacional, estadual, regionais e municipais para organizar a votação. No Rio Grande do Sul, a organização conta com a participação de mais de 240 entidades. O voto será em cédula com uma única pergunta apenas e as opções sim ou não. “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?
Integrante do comitê municipal, Gilmar José Voloski afirma haverá urnas fixas nos sindicatos, área central, universidade e em alguns bairros. Cidade vizinhas que não formaram comitês também receberão urnas volantes. Para votar, basta apresentar um documento com foto. Maiores de 16 anos e menores de 18, devem apresentar documento com foto e o título de eleitor. “ Nosso atual sistema politico não representa mais as necessidades da sociedade. As mudanças devem passar pelas questões da reeleição, valorização do programa partidário, maior participação da mulher, que hoje ocupa menos de 10% do Congresso” observa Voloski.
Representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Planalto), Rogério Barbosa, afirma que as centrais sindicais vêm, desde o início do ano, realizando oficinas, palestras, seminários e debates para informar à população sobre a importância do plebiscito. Segundo ele, no dia 7 de setembro, para marcar o encerramento da votação, acontece nas ruas de Passo Fundo o 20º Grito do Excluídos. ´É importante destacar que serão eleitas pessoas exclusivamente para trabalhar nesta constituinte. Ela não será elaborada pelos deputados já eleitos” afirma.