Ana Amélia amplia vantagem, mas Sartori foi o que mais cresceu

?EURs vésperas da eleição, senadora se consolida na liderança, mas pleito deve ser decidido no segundo turno

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A dez dias de os gaúchos voltarem às urnas, Ana Amélia Lemos (PP) ampliou a vantagem na corrida pelo governo do Estado. Ainda assim, deve enfrentar Tarso Genro (PT) no segundo turno, com o crescimento de José Ivo Sartori (PMDB) que passou de 5,8% para 17,1% desde a última coleta. É o que mostra nova pesquisa do Instituto Methodus, encomendada pela Associação dos Diários do Interior (ADI-RS). O Methodus ouviu 1,5 mil eleitores em todo o Estado entre terça-feira e ontem. Na comparação com o levantamento anterior, publicado no fim de agosto, tanto Ana Amélia quanto Tarso recuaram nas intenções de voto. A queda de Tarso, porém, foi ligeiramente maior, o que fez com que a diferença entre os dois subisse de 9,7% para 10,3%. Se a eleição fosse hoje, a progressista teria 37,9% dos votos contra 27,6% do petista.

Nesta nova pesquisa, Ana Amélia assume a dianteira em Porto Alegre, onde até então quem liderava era Tarso. A vantagem mais expressiva da senadora, entretanto, segue baseada no eleitorado do interior – não por acaso, Tarso vem priorizando destacar feitos de sua Administração fora da região metropolitana em seus programas no horário eleitoral. Ana Amélia também ampliou a vantagem na simulação de segundo turno. Na primeira ocasião, vencia de 52,6% contra 36,9% de Tarso. Agora, venceria de 54,5% contra 36,3%.

Outro destaque do segundo levantamento foi o crescimento acentuado de José Ivo Sartori (PMDB), que saltou de 5,8% para 17,1%, enquanto Vieira da Cunha (PDT) e Roberto Robaina (PDT) oscilaram para baixo. Mesmo ascendente, Sartori ainda não demonstra fôlego para furar a polarização entre o PP e PT. Por outro lado, o levantamento espontâneo (quando não são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados) sugere que ainda pode haver um campo vasto em aberto: quase metade dos eleitores disse estar indeciso sobre quem votar.

Os números também indicam que a sequência de denúncias contra Ana Amélia, fartamente exploradas pela campanha de Tarso nas últimas semanas, não surtiu efeito significativo sobre a disputa – a principal denúncia foi de que ela ocupou um cargo no Senado, no gabinete do marido, na década de 1980, quando já trabalhava como jornalista. Na apuração de rejeição, a senadora cresceu, mas o petista continua com o maior índice e mais de um terço dos eleitores afirma que não votaria nele de jeito algum. Nesse quesito, Sartori também se beneficia, pois tem o menor percentual entre os principais postulantes e sem alterações da pesquisa anterior para cá.

FICHA TÉCNICA
Empresa responsável: Instituto Methodus Análise de Mercado SS Ltda.
Contratante: ADI-RS
Entrevistas: 1.500
Período de realização: 23/09 a 25/09
Margem de erro: 2,5 pontos percentuais
Intervalo de confiança: 95%
Número do registro: RS-00022/2014

Lasier cresce; Olívio oscila para baixo
Embora a única vaga gaúcha no Senado siga disputada taco a taco por Lasier Martins (PDT) e Olívio Dutra (PT), a pesquisa Methodus mostra que, em comparação com o levantamento divulgado no dia 9 de setembro, o pedetista conquistou uma ligeira vantagem sobre o petista. Naquela ocasião, a diferença entre os dois ficava dentro da margem de erro, o que configurava empate técnico. Lasier, porém, subiu de 30,0% para 32,5% nas intenções de voto, e com isso se afastou um pouco de Olívio, que oscilou de 29,0% para 28,6%. No cruzamento por região, o cenário se alterou pouco: Lasier segue mais forte no interior e Olívio lidera na Capital, onde já foi prefeito e historicamente o PT foi forte.
A poucos dias do pleito, a polarização parece livre da ameaça de quebra surgida com a entrada tardia de Pedro Simon (PMDB) na disputa. O parlamentar veterano caiu de 19,1% para 16,7% e ficou mais longe dos líderes. Bem mais atrás, Simone Leite (PP) teve uma ligeira oscilação para cima, passando de 4,2% para 4,5%. Mesmo com a vantagem de Lasier, o cenário segue incerto, sobretudo se considerado o volume de indecisos no levantamento espontâneo, que neste caso chega a nada menos que 58,1%. Por outro lado, o pedetista pode se beneficiar de uma rejeição (14,8%) bem inferior à de Olívio (24,2%). O acirramento entre os dois vem determinando o tom cada vez mais elevado da campanha. Os dois já protagonizaram os principais embates da eleição deste ano no Rio Grande do Sul.

Dilma se recupera na corrida presidencial

Após perder terreno diante da entrada de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial, a nova pesquisa Methodus mostra uma recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT), que ampliou a vantagem no Rio Grande do Sul. Marina segue isolada na segunda colocação, mas perdeu intenções de voto, enquanto Aécio Neves (PSDB) manteve-se estável.

No levantamento de agosto, Dilma tinha 31,2%, contra 25,8% de Marina e 20,0% de Aécio. Acompanhando a tendência verificada nas pesquisas nacionais mais recentes, Dilma cresceu e agora tem 35,5%, enquanto Marina caiu para 24,1% e Aécio oscilou para 20,0%. No cruzamento por região, Dilma vence tanto no interior quanto em Porto Alegre, mas a vantagem sobre Marina e Aécio é menor fora da Capital. No levantamento espontâneo, mais de um terço dos eleitores disse não saber em quem vai votar, o que indica que a eleição ainda pode sofrer alguma reviravolta na reta final. Dilma também reduziu a sua rejeição, que em agosto chegava próximo a 40% e agora está em 35,1%. Já a de Marina disparou de 9,3% para 20,9%, o que pode ser efeito dos ataques sofridos pela candidata nas últimas semanas. Aécio também perdeu um pouco de rejeição: de 15,2% para 14,1%.

Dilma também cresceu nas simulações de segundo turno. Em agosto, ela perdia tanto para Marina quanto para Aécio no Rio Grande do Sul. Agora, ela aparece à frente de Marina (44,3% contra 43,3%) e ligeiramente atrás de Aécio (45,5% contra 45,1%) – novamente, os candidatos de oposição têm seus desempenhos puxados pelo interior, enquanto Dilma mantém a vantagem junto ao eleitorado porto-alegrense. Na prática, os números mostram que Aécio é capaz de catalizar praticamente todos os votos recebidos pela oposição no primeiro turno. O mesmo não acontece com Marina.

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