Eleições 2014: Dilma Roussef é reeleita

Em uma das eleições mais disputadas da história, a candidata do PT permanece no governo por mais 4 anos

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Com mais de 99% das urnas apuradas, a atual presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), junto com o vice-presidente Michel Temer (PMDB),  foi reeleita com 51,63% dos votos válidos. O candidato Aécio Neves (PSDB) fez 48,37% dos votos válidos. Foi a mais acirrada das eleições presidenciais desde a redemocratização e deixa uma marca de país dividido. A presidente Dilma assumirá o mandato no ano que vem com uma base menor na Câmara dos Deputados. O PT continuará com a maior bancada na Casa, mas com 18 deputados a menos do que hoje. Serão 70 deputados em 2015 contra os 88 atuais. Os nove partidos que estão na chapa que elegeu Dilma Rousseff (PT, PMDB, PSD, PP, PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB) elegeram 304 deputados, 36 a menos do que na eleição passada.

Aécio diz que a prioridade é unir o Brasil
O senador Aécio Neves, PSDB, candidato derrotado com mais de 48% dos votos, ligou para a presidente Dilma Rousseff para parabeniza-la. Logo após, disse à imprensa que sai do processo eleitoral mais vivo e sonhador do que nunca e deixa a campanha com sentimento de que cumpriu o seu papel. “Combati o bom combate, cumpri minha missão e guardei a fé. A maior de todas as prioridades agora é unir o Brasil”, completou.

Histórico
Mineira de Belo Horizonte, Dilma Rousseff, tem 66 anos, é economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tem uma filha e um neto. Filha de um imigrante búlgaro e de uma professora do interior do Rio de Janeiro, Dilma viveu em Belo Horizonte, capital mineira, até 1970, onde integrou organizações de esquerda, como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Foi presa em 1970 pela ditadura militar e passou quase três anos no Presídio Tiradentes, na capital paulista, onde foi torturada. Em 1973, mudou-se para Porto Alegre, onde construiu sua carreira política. Na capital gaúcha, Dilma dedicou-se à campanha pela anistia, no fim do regime militar, e ajudou a fundar o PDT no estado. Em 1986, assumiu seu primeiro cargo político, o comando da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, convidada pelo então prefeito Alceu Collares.

Com a redemocratização, Dilma participou da campanha de Leonel Brizola à Presidência da República em 1989. No segundo turno, apoiou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1993, Dilma assumiu a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, cargo que ocupou nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Em 2000, Dilma filiou-se ao PT e, em 2002, foi convidada a compor a equipe de transição entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Quando Lula assumiu, em janeiro de 2003, Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia, onde comandou a reformulação do marco regulatório do setor. Em 2005, ainda no primeiro governo Lula, Dilma assumiu a chefia da Casa Civil, responsável até então por projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.

Dilma deixou a Casa Civil em abril de 2010 e, em junho do mesmo ano, teve sua candidatura à Presidência da República oficializada. Venceu sua primeira eleição no segundo turno, contra o candidato do PSDB, José Serra, com mais de 56 milhões de votos.

Em um governo de continuidade, Dilma manteve e ampliou programas sociais da gestão Lula e implantou iniciativas que levaram à redução da pobreza, da fome e da desigualdade. Criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e ampliou programas de empreendedorismo. Também implantou um programa de concessões para obras de infraestrutura e logística, muitas ligadas à realização da Copa do Mundo. Em um governo marcado por episódios de corrupção, Dilma chegou a demitir seis ministros em dez meses, em 2011. A presidenta reeleita também enfrentou problemas com a economia, com queda no ritmo do crescimento do país e avanço da inflação.

 

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