A população estará mobilizada neste domingo, 15 de março, em todo o país. As redes sociais foram fundamentais para organizar e chamar os participantes. Os eventos divulgados têm como chamada principal o termo “Fora Dilma” ou pedem claramente o impeachment da presidente reeleita em outubro do ano passado. Para alguns o ato é uma tentativa de golpe, por parte daqueles que não aceitaram o resultado das urnas. Outros analisam com apreensão a questão com medo da instabilidade que poderá causar na democracia brasileira. Porém, para um dos organizadores do ato em Passo Fundo, Renato Rabello, a principal pauta que os move é a insatisfação e a indignação com o cenário político desestruturado, o desgoverno praticado pela presidente e o quadro econômico que oneram ainda mais os contribuintes. “As pessoas estão cansadas de pagar a conta da corrupção através da carga tributária”. Ele aponta que a responsabilidade pelas decisões é da presidente e, mesmo que outro gestor estivesse a frente do governo, e o mesmo clima de insegurança econômica e política estivessem configurado a população também tomaria as ruas e pediria seu impeachment.
Nesse contexto, a população vai reivindicar o fim da corrupção, a punição dos envolvidos em escândalos com desvios de dinheiro público, a efetivação de uma reforma tributária, política e por condições dignas de vida.
Passo Fundo em mobilização
São diversos os eventos criados para chamar as pessoas a comparecer nas ruas. Passo Fundo começou o movimento com três eventos distintos. Rabello explica que cada um possuía locais de concentração diferentes. Para que não houvesse divisões, os organizadores unificaram o evento. A soma dos comparecimentos confirmados totaliza seis mil pessoas que poderão estar nas ruas de Passo Fundo. Rabello afirma que o número poderá ser inferior já que normalmente os mesmos números não se concretizam nas ruas.
O ato começa às 14h e se estende até 18h30. A concentração vai iniciar na Praça da Mãe Preta e, logo após, às 16h o grupo realiza uma caminhada até a Praça Marechal Floriano. Os participantes estão sendo orientados a não utilizarem elementos, como camisetas, bonés e bandeiras que façam referência a qualquer partido político. “Nosso movimento é democrático, mas estamos orientando as pessoas que evitem utilizar simbologia de siglas partidárias já que este é um movimento pelo Brasil”.
Partidos engajados no protesto
Os partidos de oposição ao governo federal que declararam apoio a mobilização como o PPS, PSDB e o DEM declararam em nota que estariam juntamente com a população mobilizados defendendo a estabilidade econômica e por mudanças consistentes no cenário político. Mas em nenhum momento apoiam o pedido de impeachment.
Contexto é discutido
A manifestação divide opiniões em todo o país. O Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) teme pelo enfraquecimento institucional caso, a população canalize os protestos diretamente a tentativa de se buscar o impeachment da presidente. Em nota, eles declararam que o país passa por uma crise ética e moral, mas não observam elementos jurídicos que embasem este ponto que será reivindicado nos protestos. O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, declarou que a reação e as manifestações de rua são de discordância, muitas vezes ideológicas, o que é normal e necessária e democrática, mas propor um impeachment seria enfraquecer um pouco as instituições.