Após polêmicas com o Congresso Nacional, o ministro da Educação, Cid Gomes, pediu demissão nesta quarta-feira, 18. A demissão foi aceita pela presidenta Dilma Rousseff. Ainda não há mais detalhes sobre a substituição de Gomes na pasta. "O ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta", diz a nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência.
Líderes partidários da base governista e da oposição criticaram duramente as declarações e a postura do ministro da Educação, Cid Gomes, no plenário da Câmara, e pediram a saída dele do cargo. O líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), disse que Cid Gomes ultrapassou as regras de convivência democrática e perdeu as condições de permanecer no cargo. “Vamos cobrar do governo se tolera ou orienta os seus ministros a não respeitar o Parlamento, porque esse Parlamento respeita os seus ministros”. Para Picciani, Gomes desrespeitou o Parlamento de forma “pueril, porque aponta o dedo, faz acusações e não dá nomes”.
Cid Gomes foi convocado à Câmara para explicar as declarações que fez na Universidade Federal do Pará, quando disse que haveria no Congresso “400 ou 300 achacadores” que se aproveitam da fraqueza do governo para levar vantagens. O ministro disse que essa não é sua “opinião pública” e que a fala foi feita a estudantes dentro da sala do reitor após ser questionado pelos estudantes sobre a falta de dinheiro para a educação.
Cid Gomes ressaltou que não tinha como negar aquilo que reservadamente falou no gabinete da reitoria. “Se alguém teve acesso a uma gravação não autorizada que não reflete a minha opinião pública que me perdoe. Eu não tenho direito de negar a tantos nesses 20 anos de vida pública”. O ministro está prestando esclarecimentos à Câmara por convocação do plenário da Casa.
Autor do requerimento de convocação, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), falou que o ministro precisa pedir demissão ou ser demitido pela presidente Dilma Rousseff. “Só há duas opções: ou o ministro se demite do cargo, ou a presidente Dilma demite o ministro. Ou então os 400 deputados da base do governo assumem que são achacadores e aí o ministro fica no cargo”, afirmou.