A Procuradoria Geral do Município ingressou ontem com uma ação de interdito proibitório na Vara da Fazenda Pública. A intenção é liberar as vias de acesso da prefeitura. Desde terça-feira (24) o portão dos fundos da prefeitura está obstruído por uma faixa do Simpasso e, com isso, maquinas, ônibus e carros oficiais que ficam na garagem possuem a passagem obstruída. A ação também pede a desobstrução da porta da frente da prefeitura e que a manifestação seja ordeira e, com isso, os grevistas reduzam o barulho proveniente do carro de som e das falas generalizadas que ocorrem entre os grupos que ficam concentrados em frente à prefeitura.
De acordo com Procurador Julio Severo a intenção não é impedir a mobilização e a liberdade de expressão dos servidores, mas garantir os serviços prestados à comunidade e o direito daqueles que querem trabalhar e precisam de um ambiente tranquilo para desempenhar suas atribuições. “A ação não é para que os servidores saiam do Passo Municipal ou não possam se manifestar aqui na prefeitura. O espaço aqui é público para todos, incluindo a comunidade que procura os serviços, e para os servidores que não aderiram ao movimento e desejam trabalhar”. Caso a liminar seja concedida, e os grevistas desobedecerem a decisão estarão sujeitos a multa diária.
Adesão parcial
A greve do funcionalismo municipal ganhou adesão parcial. O magistério é a categoria que proporciona peso ao movimento deflagrado na tarde de terça-feira (26). Desde a manhã de ontem aproximadamente 250 servidores estiveram concentrados em frente a prefeitura e, durante a tarde, compareceram a sessão ordinária da Câmara de Vereadores.
Segundo a secretaria de Administração, Marlise Soares, 20 escolas de ensino fundamental trabalharam normalmente nesta quarta-feira e 10 tiveram atendimento parcial. Nenhuma escola de ensino fundamental paralisou totalmente as aulas. Nas escolas de educação infantil a realidade é diferente. Um total de 10 escolas não abriu, seis apresentaram atendimento parcial e cinco permaneceram com atividades normais.
Duas unidades de saúde registraram adesões, o CAIS Petrópolis e o Boqueirão, mas servidores de outras unidades foram remanejados para evitar prejuízos ao atendimento. A Secretaria de Obras registrou 30% de adesão enquanto a secretaria de Transportes e Serviços Gerais teve 20%. As secretarias de Administração, Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente, Cultura e Gabinete não registraram adesão de nenhum funcionário.
Diálogo
Os vereadores Wilson Lill (PSB), Patric Cavalcanti (DEM) e Marcos da Silva (PP) se reuniram com o presidente do Simpasso, Marcelo Ebling, na tarde de ontem. Segundo Lill, a intenção dos parlamentares é buscar a preservação das duas instituições, Câmara de Vereadores e o Simpasso, nesse processo de articulação sem causar nenhum desgaste e preservar a identidade, valor e a importância de ambas as partes. Em contrapartida, os vereadores se comprometeram a interceder junto ao Executivo para reabrir as negociações.
Consulta
O socialista destacou que o prefeito, Luciano Azevedo, estava ontem, em Porto Alegre, em consulta ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) tratando sobre a série de apontamentos, que são feitos desde 2005, e neste momento precisam ser resolvidos, além de buscar caminhos para resolver estes impasses.
Negociações
O presidente da Câmara de Vereadores, Marcio Patussi (PDT), usou a tribuna para destacar que os vereadores, independente de partido, estão todos preocupados com a situação dos servidores. Dessa forma, a Mesa Diretora solicitou uma audiência com o prefeito, através do líder de governo no Legislativo, vereador Patric Cavalcanti, para que o poder Legislativo possa participar efetivamente da discussão e contribuir para o fim da greve.