Reajuste prova debate tenso na Câmara

Legisladores criticaram a condução das discussões sobre o assunto e apontaram que debates deveriam acontecer no plenário e não a portas fechadas

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O reajuste dos subsidios dos vereadores foi tema de debate acalorado na Câmara de Vereadores na sessão de ontem. O vereador Márcio Patussi (PDT) usou seu espaço de presidente na tribuna para lembrar os vereadores, que votaram contra a reposição, que uma legislação possibilita a devolução do acréscimo relativo a reposição do subsídio. Mas dos quatro parlamentares que votaram contra, apenas o vereador Gleison Consalter (PT), entregou a Mesa Diretora, um ofício abrindo mão do subsídio de 9,31%, aprovado pela Casa, na última sessão.

O vereador Alberi Grando (PDT) e o petista Rui Lorenzato (PT) criticaram a postura adotada pela Mesa Diretora para conduzir as discussões relativas a reposição. Segundo eles, esse não era o momento para tratar sobre esse tema. Além disso, eles questionaram o espaço de discussão aberto para tratar sobre a reposição. Eles apontaram que consideraram as reuniões realizadas entre o colegiado de vereadores um mecanismo que fugia a transparecia com a comunidade.

Grando destacou que a Tribuna é o ambiente para se manifestar as opiniões e discutir assuntos desta ordem. “Não é a portas fechadas que se decide e se opina, a Tribuna é espaço para isto”. O vereador falou, que ao contrario do que foi divulgado, ele sempre foi contra a reposição e destacou que não é em meio a uma greve de servidores que se deve definir esse assunto. Grando disse que por não concordar com o tema, não participou das discussões, mas teria deixado clara sua posição durante as reuniões colegiadas. “Aposto que 90% das pessoas que assistem a sessão são contra este reajuste”. O vereador não vai devolver os recursos que irão acrescer em seu subsidio. Grando justificou que desenvolve um trabalho junto a comunidade e doa parte do seu subsidio para alguns instituições.

Após sua fala, o presidente Patussi endureceu o tom de voz e criticou o posicionamento do parlamentar. Segundo ele, todos os vereadores foram convidados a participar de duas reuniões que discutiram diversos assuntos entre eles o índice de reposição. “Entendo que o plenário é soberano, mas não somos responsáveis pelo vereador não participar dos debates e expor seus motivos”. Patussi negou o uso do microfone de aparte para Grando como uma tentativa de por fim a discussão. Pouco tempo depois o vereador Eduardo Peliciolli (PSB) tentou usar o microfone de aparte para criticar a posição de Grando e foi repreendido por Patussi.

Após a discussão da pauta, no espaço de líder da oposição, o Lorenzato retomou a discussão. Ele destacou que conceder a reposição ao subsidio dos vereadores em meio a greve dos servidores municipais simboliza um desrespeito com a categoria. Patussi interrompeu Lorenzato e disse que o parlamentar estava desrespeitando o regimento interno da Casa no momento que utilizava aquele espaço para tratar assuntos que fugiam as questões ligadas a municipalidade. Lorenzato continuou e os parlamentares passaram a discutir em alto tom. O petista questionou o mecanismo democrático adotado pela Mesa Diretora e a forma como os projetos estão sendo conduzidos dentro da Câmara. “Os projetos estão sendo atropelados, as discussões não são ampliadas e as decisões estão sendo acordadas a portas fechadas e trazidas para aprovação no plenário. Não concordo com isso e, sim fui contra desde o começo”. Lorenzato disparou para Patussi que ele estava “patrolando” projetos, acusação que foi negada aos brados pelo presidente. “O senhor, assim como todos os outros vereadores foram convidados a participar das discussões. Houve abertura para cada um se posicionar”, destacou Patussi.

A sessão foi suspensa até que os ânimos se acalmavam. Os vereadores Marcos da Silva (PP)e João Pedro Nunes (PMDB) criticaram a postura e a forma como Lorenzato teria utilizado a Tribuna. João Pedro disparou: “Uma vergonha seu posicionamento”. Em seguida, Lorenzato respondeu que vergonha é defender uma reposição de 14% como o peemedebista teria feito durante a reunião colegiada enquanto servidores estavam reivindicando reajuste. Em um momento depois Lorenzato quase foi as vias de fato com o vereador Cláudio Luiz Soldá (PMDB), mas os demais parlamentares e assessores impediram o acirramento da discussão.

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