Os empresários Antônio Roso e José Elizeu Verzoni , da empresa Metasa de Marau, confirmaram à Polícia Federal, durante depoimento no inquérito da Operação Lava Jato, o pagamento de R$6 milhões para a empreiteira Camargo Corrêa. A Polícia Federal ouviu os dois empresários no dia 14 de abril.
O valor foi cobrado em 2010, quando a Metasa tentava disputar um contrato de fornecimento de materiais com a empreiteira para obras do Porto de Suape (PE). Segundo nota divulgada pelo advogado de Roso, Osmar Teixeira, para que ocorresse o fechamento do negócio foi estabelecido como condição, pela Camargo Corrêa, o pagamento de R$6 milhões relativo a custos de “orçamentação e precificação”. A cobrança foi feita pelo gerente de suprimentos da Camargo Corrêa, Eduardo Dubbin a Verzoni que representou a Metasa durante reunião que tratou sobre o contrato.
De acordo com ele, diante da condição, a Metasa compreendeu que poderia reduzir a sua margem de lucro, estabelecida em 15% do valor total pago pela obra – R$110 milhões -, e efetuar o pagamento dos custos cobrados pela empreiteira. Teixeira destacou que a única relação, estabelecida entre a Metasa e a Camargo Corrêa, era de fornecedora de estruturas metálicas.
Ainda, destacou que desde que a operação Lava Jato foi deflagrada a empresa e Antonio Roso se apresentaram as autoridades.
“Ofereceram-se para explicar os fatos e apresentar documentos sobre a sua atividade junto a Camargo Corrêa”. Pelo depoimento, os empresários disseram que o pagamento não era uma pratica comum no mercado, mas não consideraram que pudesse ser uma pratica ilícita e com ligação política.