Desafio será fiscalizar e garantir a implantação das ações

Fórum Municipal de Educação e realização de conferências serão as principais ferramentas para que metas sejam colocadas em prática

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Projeto segue para sansão do Executivo que poderá vetar emendas aprovadas.Projeto segue para sansão do Executivo que poderá vetar emendas aprovadas.
Projeto segue para sansão do Executivo que poderá vetar emendas aprovadas.
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A partir da ampla participação democrática de diversos segmentos da sociedade, o Plano Municipal de Educação foi aprovado com aproximadamente 90 emendas. A votação aconteceu na tarde de ontem na Câmara de Vereadores e contou com a participação de quase 300 pessoas que lotaram as galerias da Casa. Um dos principais aspectos observados na construção do PME foi o caráter democrático, já que o texto aprovado é resultado da ampla participação da população. Para a promotora de justiça, Ana Cristina Ferrareze Cirne, o texto aprovado é reflexo da forma como a comunidade pensa e se comporta na sociedade. “Mesmo diante de algumas estratégias especificas, inclusive que estavam em desacordo com o posicionamento de algumas organizações, foi garantido a participação popular dos diversos segmentos sociais da cidade e obtido um PME consistente”. 

De acordo com Ana Cristina, o grande desafio a partir da instituição do plano é a fiscalização da execução das estratégias para que as metas sejam atingidas dentro dos próximos 10 anos. “O Fórum Municipal de Educação, que ficou previsto com a aprovação do projeto é um palco muito importante neste processo de fiscalização das ações”. Além disso, ela aponta que as conferências municipais, que também foram aprovadas junto ao texto, vão ser ferramentas para garantir a fiscalização da execução das estratégias para que as metas sejam atingidas.

PME
O projeto de lei que institui o PME é de autoria do Executivo e foi construído a partir de um trabalho que iniciou no final de 2014 através da articulação de uma Comissão Executiva formada por 30 entidades que conduziram a construção das estratégias para que o município atinja as 20 metas, traçadas pelo Plano Nacional de Educação, no âmbito municipal. Porém o texto encaminhado ao Legislativo apresentou algumas modificações em relação ao documento base, elaborado pela comunidade. Para reparar algumas inconsistências, as entidades encaminharam sugestões de emendas aos vereadores e as discutiram em reuniões. A Comissão de Legislação e Redação (CLR) e a Comissão de Educação e Bem Estar Social (Cebes) foram as responsáveis por conduzir os debates e ouvir a comunidade.

Acordos
Para que a votação não fosse extensa e conturbada os vereadores, previamente, acordaram a votação em bloco de algumas emendas. Apenas as que esbarravam em algumas discordâncias entre os pares foram destacadas e levadas para votação em plenário. Uma delas foi a emenda referente a estratégia 8.15 de autoria da vereadora Claudia Furlanetto (PT) que pretendia garantir que religiões de matriz africana fossem tratadas como símbolo da história e cultura afro-brasileira. A estratégia era um mecanismo para garantir o respeito a oralidade e para impedir praticas discriminatórias e racistas. Mas o texto foi alterado pela CLR através do apontamento de grupos religiosos ligados a igreja evangélica. A comissão modificou o vocábulo ‘religiões’ por ‘cultura’ na alteração proposta. Os representantes apontavam que discriminação religiosa acontece em todas as religiões e o Estado é laico e, por isso, a emenda da vereadora não se justificava. Cláudia pediu que os pares rejeitassem a subemenda apresentada pela CLR, mas foi aprovada pela maioria e a emenda apresentada por ela foi rejeitada.

Identidade de gênero
A identidade de gênero que havia sido um dos principais embates que norteou as discussões durante a audiência pública sobre o PME não foi muito intensa. No texto, o termo identidade de gênero não aparece, mas de forma sutil, emendas que tratavam sobre temas transversais incluíram itens como gênero e sexualidade. Essas emendas também foram apresentadas pela vereadora Cláudia.

Magistério
A emenda que modificava a redação da estratégia 16.8 foi motivo de alvoroço nas galerias da Casa. O texto apresentado pelo vereador Isamar Oliveira (PT) pretendia incluir, através da criação de uma lei complementar - dentro de três anos, a mudança automática de nível nos planos de carreira mediante apresentação de nova titulação. Pelo texto, professores e demais trabalhadores da educação seriam beneficiados com a medida. Porém, um erro de digitação excluía professores desse benefício, com isso, o representante do Centro Municipal dos Professores, Eduardo Albuquerque chamou atenção do presidente da Casa, vereador Márcio Patussi (PDT), que diante da manifestação dos professores alterou o texto juntamente com os demais vereadores.

Outras emendas determinam a garantia do reajuste salarial do magistério, a manutenção do piso nacional da categoria, mas respeitando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e a implantação de estudos para implantação da data base em janeiro.

Etapas
O projeto segue para o Executivo que poderá vetar ou não as emendas apresentadas ou sancionar o texto aprovado.

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