Embora tenha sido aprovada por maioria, a criação do CMP Sindicato não é unanimidade entre os professores municipais. A assembleia realizada ontem contou com 550 participantes dos quase 1,8 mil professores ativos e inativos associados. O resultado foi dividido: 274 a 249. Antes de definir pela criação de uma nova entidade, os professores votaram se queriam desligar-se do Simpasso ou manter-se vinculados. O resultado foi ainda mais apertado. Por apenas um voto, 266 a 265, os professores optaram por manter vínculo com o Simpasso. Agora a questão será analisada juridicamente sobre como funcionará o CMP Sindicato em relação ao primeiro item. Além disso, uma nova assembleia será convocada nos próximos dias para que se defina a diretoria e o conselho fiscal da entidade.
Segundo o representante do colegiado do CMP, Eduardo Albuquerque, a votação foi tranquila, mas acabou demorando mais que o previsto. “Foi tudo dentro previsto. Tivemos alguns problemas iniciais em relação a alguns acertos técnicos, mas nada que manchasse a transparência e a democracia que preservamos. Se estendeu mais do que pensávamos tendo em vista a votação e apuração dos votos, mas transcorreu tranquilamente”, relata.
Para Albuquerque, a criação do CMP Sindicato representará mais autonomia e agilidade aos professores do município. “Ganhamos em autonomia. Hoje o CMP é uma associação e não um sindicato, assim, não temos uma carta sindical que de a prerrogativa de, como por exemplo, negociar a data base, encaminhar e assinar todas as demandas que temos. Ganhamos também em agilidade, uma vez que o Simpasso tem mais de 30 categorias dentro do sindicato, e os professores tem demandas diferentes”, finaliza. O representante afirma que agora basta esperar a carta sindical para terem condições de atender o magistério municipal.
Simpasso
Em nota, divulgada pela assessoria de imprensa, o Simpasso garante que houve confusão nas votações e que os professores continuam ligados ao sindicato. “Os professores participantes ficaram confusos na hora do voto, pois a cédula mostrava dois campos: em um o eleitor optaria pela dissociação ou não; no outro se definiria a disposição para criação ou não do sindicato do magistério. A falta de clareza se revelou ao final da apuração, visto que, apesar de terem optado pela continuidade da filiação ao Simpasso, 273 votos apontaram que queriam a criação da nova entidade. O resultado contraditório, fatalmente, irá levar as definições da assembleia ao Judiciário. A movimentação da associação que representa o magistério é questionável: por que dividir forças? Qual o interesse em programar uma assembleia em meio ao processo eleitoral do Simpasso? Se pretendem criar uma nova entidade representativa, por que há membros desse mesmo grupo pleiteando assumir o Simpasso?”, questiona a nota. O Simpasso finaliza afirmando que tem compromisso em defender a todos os servidores públicos municipais de Passo Fundo, firmado no princípio da unicidade sindical, liberdade de expressão e pluralidade de ideias
