Parlamentares de 13 partidos, entre oposição e alguns da base aliada, protocolaram hoje (8), às 13h50, na Câmara, a chapa avulsa para compor a Comissão Especial que analisará o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, aceito semana passada pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Denominado Unindo o Brasil, o grupo se reuniu em frente ao Protocolo da Câmara, onde formalizaram a entrega do documento. Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-PE), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Rubens Bueno (PPS-PR) lideravam o movimento, que também tinha representantes do PHS, PTB, PSB, PP, PSC, PSD, PND e Solidariedade. Hoje cedo, após avaliar a carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer à presidenta Dilma Rousseff, parlamentares do PMDB se reuniram com partidos de oposição e legendas da base aliada insatisfeitas com o Planalto, como PSC e PTB, para alinhavar nomes para a chapa alternativa. Depois da reunião, Rubens Bueno disse que a insatisfação se intensificou com a carta de Temer. “Esta reação começou quando líderes trouxeram nomes de forma impositiva feita pelo governo agredindo o Parlamento. Na carta, ele [Temer] indica o menosprezo hegemônico dos que estão no Poder e tratam aliados como subalternos”.
Para ser aprovada, a chapa precisa do voto de 257 deputados em plenário. Ainda não há definição se a votação será aberta ou secreta.
Carta de Temer
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), minimizou hoje (8) as reações sobre a carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer a Dilma Rousseff. Segundo o petista, o peemedebista fez apenas um desabafo. “Todos somos seres humanos e temos sentimentos”, afirmou o parlamentar. Em resposta às críticas de peemedebistas descontentes com a relação com o Planalto, Sibá ainda afirmou que o PT “sempre teve respeito” por Temer e apostou que a situação será “resolvida rapidamente”.
Sibá Machado manteve tom otimista em relação à aliança do PT e PMDB no Parlamento. Para ele, a carta não vai impulsionar uma debandada de peemedebistas em direção ao movimento pró-impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Todas as bancadas tiveram dificuldade em unanimidade nas matérias votadas este ano. Esta é mais uma”.