PMDB Sul defende saída do governo

Encontro dos três estados do Sul aconteceu em Porto Alegre, neste sábado

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Partido retirou documento que será encaminhado ao PMDB nacionalPartido retirou documento que será encaminhado ao PMDB nacional
Partido retirou documento que será encaminhado ao PMDB nacional
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Com a “Carta do Sul” o PMDB do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e do Mato Grosso do Sul dão um grito de alerta ao partido nacional e ao povo. Reunidos na manhã deste sábado, 5, em Porto Alegre, foi recorrente nos discursos dos líderes a posição de que a legenda deixe imediatamente o governo federal, retome o projeto pela candidatura própria à presidência da República e aprofunde a discussão de sua proposta para o País. Os últimos acontecimentos no cenário político – com o mandato de condução coercitiva contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, também estiveram presente nas manifestações do “Encontro Regional – O Sul do Brasil”, reforçando a independência do PMDB no cenário nacional. Com faixas, a JPMDB-RS deixou o seu recado: "Partido sem candidato acaba por ser escravo".

Parafraseando Benjamin Franklin, Ibsen Pinheiro reproduziu a famosa frase: "Onde estiver a liberdade, aí está minha pátria", fazendo alusão à luta histórica do PMDB e de sua responsabilidade atual. “Nosso partido, forjado na resistência democrática, é o único com tamanho e espectro ideológico que não se confunde com qualquer forma de sectarismo”, declarou. E chamou a legenda para a sua responsabilidade atual: “Cumprida a tarefa histórica de sepultar o regime militar, neste momento de incerteza temos o papel condutor da superação da crise econômica e moral".

O senador Roberto Requião, presidente do PMDB-PR, reafirmou a necessidade da construção de um programa para o Brasil e apresentou documento elaborado por ele e outras lideranças partidárias, com a participação de economistas e que será levado à Convenção Nacional. “O Brasil precisa retomar o caminho do desenvolvimento e de enfrentamento do domínio do capital financeiro”, defendeu. Conclamou que o encontro deste sábado seja o renascimento do “velho MDB de Guerra”.

O ex-governador Germano Rigotto alertou que neste momento a legenda precisa ter responsabilidade para não colocar “mais combustível na crise”, mas foi combatente ao exigir à saída do Governo Federal e candidatura própria à presidência da República: "Chega de ser vagão quando temos que ser locomotiva. A hora é agora!". Os deputados federais Darcísio Perondi e Osmar Terra também deixaram o seu recado. “O partido deve se afastar dessa desastrosa condução do país”, reivindicou Terra. E Perondi convocou a militância para ir para as ruas na manifestação marcada para o dia 13 de março.

Levante pela Justiça

Otimista, o senador Pedro Simon afirmou que o Brasil começa a mudar. Rememorou o histórico encontro do MDB na capital gaúcha que levantou as bandeiras que resultaram na redemocratização. “O partido que berrou pelas Diretas-Já tem uma nova responsabilidade e a hora é agora”, declarou Simon, também fazendo um chamamento para o povo: “Precisamos fazer o levante das ruas”. E arrematou: “Lula conclamou forças em sua defesa. E nós, precisamos ir para às ruas, para pedir Justiça e deixar que Supremo Tribunal Federal decida”.

O vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, disse que o momento é de reafirmar a democracia que o PMDB ajudou a construir e que não aceita a palavra “golpe” para aqueles que foram fiadores deste direito. Em uma crítica ao Governo Federal, o vice-prefeito citou a frase: "Quando o PT governa, os pobres pensam que governam e os ricos têm certeza" e frisou que o governo mais benevolente com os banqueiros foi o do ex-presidente Lula.

Neste momento de crise política, o govenador José Ivo Sartori alertou para a responsabilidade do PMDB com a nação. “Estamos ressuscitando uma época como aquela em que o MDB fez o resgate democrático e é preciso respeito às instituições. Democracia é um bem tão grande que precisa ser preservado a qualquer custo”, advertiu Sartori.


Assim como outros líderes, pediu serenidade e tranquilidade neste momento de crise: “Não vamos permitir ações emocionais que coloquem em risco a liberdade”, disse. Sustentou ainda a oxigenação da legenda para que se credencie, com credibilidade, para projetos para o Brasil. “Precisamos fazer um debate franco e aberto, com um projeto que não seja detentor de grupos, tendências ou regiões, e sim da essência do MDB histórico”, concluiu Sartori no encerramento do encontro.

Executiva nacional
Sobre a Convenção Nacional que ocorre dia 12 de março, em Brasília, o pré-candidato à Prefeitura de Porto Alegre, Melo afirmou que o PMDB do Sul do Brasil dará a sua mensagem de posicionamento político. “Não vamos a Brasília para receber um pacote pronto. Vamos buscar uma composição que contemple o Brasil”, defendeu. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul indicaram o nome do senador Pedro Simon para compor a executiva nacional, no cargo de 1º vice-presidente.

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