A primeira sessão de análise do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef já teve os pronunciamentos de acusação e defesa. O jurista Miguel Reale falou em nome dos autores do pedido do impeachment, que inclui ainda os juristas Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Em defesa da presidente Dilma falou o advogado-geral da união José Eduardo Cardoso. Na sequência, falam os líderes de partidos representados na Câmara, seguindo a ordem da maior para a menor bancada.
O jurista Miguel Reale fez o seu pronunciamento justificando o pedido de impeachment. Sem precisar utilizar todo o tempo, que era de 25 minutos, concedido a ele. O jurista criticou o conjunto das ações da presidente Dilma Roussef e caracterizou tais atos como irresponsáveis. Reale ainda destacou que os deputados são os “libertadores do povo”. “Estamos aflitos de nos libertarmos desse embrião de mentira e corrupção”, pontuou. Ele criticou as medidas econômicas adotadas pela presidente e usou uma metáfora ao dizer que “o Brasil entrou no cheque especial e está falido”.
O advogado-geral da união José Eduardo Cardoso faz agora seu pronunciamento em defesa da presidente Dilma Roussef. Ele classificou o processo de impeachment como um ato de retaliação contra a presidente. Destacou ainda que se aprovado o impeachment isso representará uma ruptura constitucional. Ele justificou as medidas fiscais e econômicas adotadas por Dilma e que não há dolo em relação às pedaladas fiscais. Destacou que se aprovado o processo de impeachment será um golpe e uma subtração do direito ao voto das pessoas e que coloca ás pessoas na periferia. “Não há ilícito. Não há dolo”, enfatizou. Segundo ele, qualquer governo que venha a se formar a partir do processo de impeachment não terá poder legitimado.