Vereadores questionam bicicletas compartilhadas

A ação, parte do projeto Passo Fundo Vai de Bici, gerou polêmica entre os parlamentares na sessão dessa segunda-feira (25). Entenda como o serviço vai funcionar

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O contrato, assinado no final do ano passado, prevê média de 20 mil deslocamentos por mês. Crédito: O contrato, assinado no final do ano passado, prevê média de 20 mil deslocamentos por mês. Crédito:
O contrato, assinado no final do ano passado, prevê média de 20 mil deslocamentos por mês. Crédito:
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Um dos assuntos debatidos na Câmara nessa segunda-feira (25) foi o investimento utilizado no projeto Passo Fundo Vai de Bici – mais especificamente nas Bicicletas Compartilhadas. A utilização destes veículos, como sugere o Plano de Mobilidade Urbana do município, visa incentivar o uso da bicicleta, além de melhorar o trânsito passo-fundense. O contrato, assinado no final do ano passado, prevê média de 20 mil deslocamentos por mês.

O questionamento dos vereadores, no entanto, é quanto aos custos do programa. Em torno de 100 bicicletas foram confeccionadas, totalizando um custo de aproximadamente R$ 420 mil. Além disso, o Executivo arcou com o custo da instalação dos terminais, o que somou mais R$ 48 mil. “Estamos falando de um investimento considerável da Prefeitura de Passo Fundo. No final de um ano o município gastaria cerca de R$ 500 mil com torno de 100 bicicletas”, apontou o vereador Eduardo Pelicioli (PR).

Ele cita como exemplo o município de Porto Alegre: na capital gaúcha existe uma versão semelhante do projeto. A diferença, no entanto, é como ele foi estruturado pelo Executivo. “Em Porto Alegre existe uma parceria político-privada. Tem o patrocinador que custeou a compra dos terminais e das bicicletas, o que não gerou custo ao município, que apenas cedeu o espaço”, explica Pelicioli. A única despesa pública é o controle, realizado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Para o vereador Rui Lorenzato (PT) este investimento é questionável. “A ideia é ótima, já que incentiva o transporte sustentável, mas ainda precisamos pensar se existe uma forma que não gaste tanto recurso público, ainda mais diante de tantas necessidades que temos na cidade”, pontuou.

O que diz o Executivo

Em nota a Prefeitura de Passo Fundo afirmou que, conforme o Portal da Transparência, serão utilizados R$ 418.200,00 por 12 meses de prestação de serviço. O valor total, no entanto, envolve a confecção de 110 bicicletas – sendo 100 para utilização e 10 para reserva. Estes veículos devem possuir as características que o edital exige, como dispositivo que permita o travamento na estação, peso máximo de 20 kg (indicando que o quadro deve ser de alumínio), câmbio manual com marchas, acento anatômico e ar superior a 20 polegadas.

Além disso, também está incluso no valor a instalação de 10 estações, que devem dispor de mínimo de 10 bicicletas, quatro vagas livres, terminal com monitor de autoatendimento e barras de travamento. Funcionários também serão contratados para atuar no sistema. O recurso também será utilizado para o uso de equipamentos e veículos para coletar, abastecer, distribuir e substituir as bicicletas nas estações, bem como a prestação dos serviços de limpeza, conservação e manutenção das mesmas e das estações. “A expectativa da Prefeitura é que, com o sistema, possam ser feitos, em média, cerca de 20 mil deslocamentos por mês. Com isso, o custo por retirada ficaria em torno de R$ 1,50”, destacou.

O serviço será realmente gratuito?

“As informações de que o serviço é totalmente gratuito não são verdadeiras. Depois de um tempo, como precisa cadastrar o cartão de crédito, o serviço será cobrado”, afirmou Pelicioli. Para este questionamento, a resposta da Prefeitura é que, já com a bicicleta, o usuário poderá iniciar o seu percurso. Nas palavras da nota, ele poderá utilizá-la gratuitamente durante o período de 2 horas seguidas. Depois destas duas horas, o usuário ou devolve o equipamento ou aguarda 15 minutos para voltar à sua rota normalmente.

Para começar a usar o serviço, o usuário pode se cadastrar através do site do programa (que ainda será divulgado). Neste caso será necessário o cadastro com cartão de crédito e o pagamento do valor de R$ 1. Outra alternativa é o cadastro pessoal, na Unidade Central de Controle, que terá um espaço físico previamente definido. Para fazê-lo, é necessário apresentar um comprovante de residência e uma cópia da carteira de identidade. Neste cadastro será gerada uma senha vinculada ao número do CPF de cada pessoa.

Para pegar a bicicleta, o usuário deverá digitar o seu CPF e senha. O horário de funcionamento dos terminais deve ser das 6h às 22h. Para devolvê-la, basta escolher qualquer uma das 10 estações com vaga livre. O sistema avisará quando a bicicleta estiver completamente travada. No caso de devolução, o sistema estará disponível 24 horas.

Transporte centralizado

Outra pontuação dos vereadores é que a ciclovia não liga toda a cidade e, portanto, o uso das bicicletas seria direcionado para apenas uma parcela da população, tornando-o segmentado. “Como quem mora no Zacchia, por exemplo, vai usar a bicicleta?”, questiona Pelicioli.

As estações das bicicletas compartilhadas deverão ficar na Avenida Brasil, próximo da Rua Cel. Miranda (Boqueirão); na Avenida Brasil, próximo a Rua Capitão Araújo, na Rua Moacir da Motta Fortes (Vera Cruz); na Avenida Brasil com a Rua Sete de Setembro; na Avenida Presidente Vargas, próximo a Rua Prestes Guimarães; na Avenida Presidente Vargas, próximo à Rua Scarpeline Guezzi; na Rua Morom, imediações da Praça Tochetto; no Novo Parque da Gare, na Praça Tochetto e na Avenida Brasil, esquina com Diogo de Oliveira.

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