O candidato a prefeito de Passo Fundo, Antônio Rodrigues, foi o entrevistado de ontem do programa Canal de Notícias, da UPFTV. As entrevistas são feitas em parceria com o Jornal O Nacional e Rádio UPF. A série segue até sexta-feira. O candidato é do PSTU e tem vice Marli Schaule.
Por que o senhor quer ser prefeito de Passo Fundo?
Antônio Rodrigues: Fui escolhido pelo PSTU de Passo Fundo a colocar as propostas cuja classe trabalhadora da nossa região, e de Passo Fundo em especial, não está sendo representada. É para representar a maioria da população que produz e trabalha no nosso município.
Quais são as causas defendidas pelo PSTU na campanha eleitoral para prefeitura de Passo Fundo?
Antônio Rodrigues: Nós temos um programa que são 16 pontos, que estão na página do Facebook – professor Antônio PSTU –, longos e que não coloco todos aqui. Trato da questão do transporte público em que é preciso acabar com o sucateamento da Codepas, municipalizar o transporte para que, de fato, ele sirva para a população e não para o lucro de uma empresa. Sobre a questão da falta de vagas para educação infantil nas creches, é preciso, urgentemente, criar uma empresa municipal de obras para que comporte a falta de milhares de vagas e que além de atender todas elas, atenda integralmente, não só meio turno.
Isso tudo faz parte do programa de governo?
Antônio Rodrigues: Exatamente, as pessoas podem acessar a internet e ver nossas propostas completas.
O PSTU sempre esteve muito veiculado com lutas de movimentos sociais, no que a participação do partido em uma campanha eleitoral municipal contribui para esses movimentos?
Antônio Rodrigues: Os movimentos de grupos oprimidos são movimentos da classe e o PSTU, como um partido que está diretamente ligado à luta da classe, está sempre dando apoio a essas lutas, que se reflete depois na organização da classe para lutar e estar representada na sociedade e para mudar o nosso país e a nossa cidade.
O PSTU é um partido pequeno, tem pouco espaço tanto no rádio quanto na tevê, na propaganda eleitoral, e também poucos recursos. Como é fazer uma campanha dessa forma?
Com certeza há uma dificuldade muito grande. A gente participa desse espaço cedido pelo sistema burguês para denunciar que nós não vivemos em uma democracia, não vivemos uma eleição democrática. Basta ver a disposição do tempo. São cinco candidatos, mas um candidato tem 12 segundos, o outro tem cinco minutos e 11 segundos. Donde que tiram isso? Que democracia é essa? Não é democrático. Além de não ser democrática do ponto de vista do tempo [disponibilizado], a questão dos recursos nós nos orgulhamos de não receber dinheiro de empresários, de não receber dinheiro de corrupção, de falcatrua, e por isso é muito mais difícil. Nós não estamos aqui para receber e representar o grande capital e sim os trabalhadores.
Outra estratégia do partido, também em outras campanhas, é nacionalizar a campanha. No que isso contribui para um debate local?
Antônio Rodrigues: Isso acontece de se coloca na cidade como se ela fosse uma bolha, como se a cidade não dependesse do que acontece no nível nacional. Nós vimos que não, que a cidade depende sim e as políticas nacionais interferem. Então nosso voto em um partido, que pode ser do meu melhor amigo, mas se ele está em um partido corrupto, esse voto não vai contribuir para nós e nossos interesses.
Considerações finais
Antônio Rodrigues: Nós estamos nas eleições, vivendo um momento de intranquilidade, de crise econômica, que em âmbito nacional estão preparando grandes ataques a todo povo brasileiro e a todo passo-fundense que trabalha e precisa de previdência. Nós estamos chamando a luta organizada dos trabalhados para impedir que as reformas da previdência ataquem a todos nós, que a reforma trabalhista que quer tirar direitos e flexibilizar as leis trabalhistas não aconteçam, pois vão atingir todos nós. Não atinge só nacionalmente, atinge aqui e o nosso espaço. Estamos organizando um grande ato nacional, dia 29, contra as reformas da previdência. Ela foi chamada pelos metalúrgicos, mas que tem de ser somada a toda classe trabalhadora para impedir as reformas na previdência, as mudanças na CLT e as flexibilizações dos nossos direitos.