A Câmara de Vereadores esteve mais movimentada que o costume na sessão da tarde de ontem (3). Um por um, os parlamentares, eleitos ou não, subiram à tribuna para falar sobre as eleições municipais que marcaram o domingo. O destaque fica com o vereador e candidato a prefeito pelo PT, Rui Lorenzato. Sua soma nestas eleições foi de 5.440 votos (4.85%). Nenhum dos 11 candidatos a vereador pelo partido no município foi eleito. No plenário, ele falou sobre a influência do cenário nacional sobre sua campanha. Para ele, o impeachment de Dilma Rousseff e demais turbulências do governo petista foram suficientes para desgastar o partido em Passo Fundo. “A conjuntura nacional difícil não nos ajudou, influenciou bastante no resultado”, disse ele.
Ainda assim, reconheceu o acolhimento da população passo-fundense durante visitas e ações de campanha. “Fomos bem recebidos em todos os cantos de Passo Fundo. Tivemos diálogo, com respeito, mostrando todas as necessidades e problemas da cidade”, frisou. Por fim, parabenizou a vitória que reelegeu o prefeito Luciano Azevedo. “Espero que ele possa enfrentar todos os problemas do município, principalmente os habitacionais e do sistema primário, que merecem destaque”, pontuou. Mesmo com tempo de campanha reduzido – passou de 90 para 45 dias, a partir das mudanças da Minirreforma Eleitoral, sancionada em 2015 – disse ter feito, junto do partido local, uma campanha baseada no diálogo.
Outras repercussões
Apoiador do candidato a prefeito Osvaldo Gomes (PP), o vereador da mesma sigla Sidnei Ávilla disse “ainda estar digerindo” o resultado nas urnas no plenário. Na sua fala, destacou a análise – “Lutamos contra um império chamado Luciano Azevedo” – e a diferença de votos entre o primeiro e o segundo lugar, ocupado pelo progressista. “Passaram um trator por cima de nós. O resultado veio das urnas”, pontuou. Claudia Furlanetto (PCdoB) lamentou a ausência de mulheres na próxima conjuntura da Câmara. “Minha tristeza se dá em não deixar aqui um espaço para as mulheres. Passo Fundo segue machista e patriarcal, um lugar onde nenhuma mulher foi reeleita ou eleita”, destacou. As mulheres mais votadas de Passo Fundo foram Jozelina Tia Negra (PSC), com 1.236 votos, e a própria vereadora, com 817 votos. A visão foi compartilhada pelo também não reeleito, Wilson Lill, que lamentou a saída de Claudia Furlanetto e Rui Lorenzato da Câmara. “Não nos reelegemos e, portanto, estaremos desempregados a partir de primeiro de janeiro, mas vontade de trabalhar nunca faltou”, falou. Reeleitos, Alex Necker (PCdoB) e Pedro Daneli (PPS) cumprimentaram os demais parlamentares. “Não é fácil conquistar o voto do povo. A campanha foi curta, com dificuldade de produzir material, de colocá-lo nas ruas. Obrigado a todos”, finalizou Daneli.
"Conjuntura nacional influenciou resultado", diz candidato do PT
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