TSE identifica novos indícios de irregularidades em doações de campanha

Mais de 200 mil casos de irregularidades foram identificados no cruzamento de dados declarados para as eleições municipais

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Ao encerrar no dia 3 de outubro a quinta semana de análise do cruzamento de informações entre prestações de contas encaminhadas por candidatos nas Eleições 2016 e outras bases de dados, uma equipe de técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificaram 200.011 casos com possíveis indícios de irregularidades nas receitas e despesas de campanhas, totalizando R$ 659.364.470,23. Esse é o primeiro batimento feito após o primeiro turno das eleições municipais deste ano, ocorrido no último domingo (2).

Entre os indícios levantados pelos técnicos destacam-se os seguintes: 37.888 doadores inscritos no Programa Bolsa Família que doaram R$ 36.877.030,61; 55.670 doadores desempregados que desembolsaram R$ 84.293.201,68; 24.646 doadores cuja renda conhecida é incompatível com o valor doado que destinaram R$ 207.119.049,07 para as campanhas; 43.382 casos com concentração de doadores em uma mesma empresa com desembolso de R$ 90.787.549,74; e 14.510 doadores sócios de empresas que recebem recursos da administração pública que deram R$ 187.263.765,45.

O número de doadores de campanha falecidos aumentou para 250 (no último levantamento, eram 143). Outros indícios de irregularidades identificados pelos técnicos do TCU e TSE na quinta semana com relação a doadores foram: pessoa que recebe Bolsa Família e efetuou doação de R$ 1,2 milhão em bens e serviços estimáveis em dinheiro; pessoa física cuja última renda conhecida é de 2013 e realizou doação estimada de R$ 1,030 milhão; 35 pessoas físicas que efetuaram doações acima de R$ 300 mil e a renda conhecida não é compatível com o valor doado. E ainda: professor universitário doando R$ 300 mil; sócio de empresa de candidato que doou recursos próprios de R$ 3 milhões;   e a informação de que o segundo maior empregador privado atua na área de educação superior e onze de seus empregados injetaram R$ 616 mil na campanha eleitoral.

Com relação a fornecedores, foram detectados os seguintes indícios de irregularidades: empresa, cujo sócio é beneficiário do Programa Bolsa Família e a empresa prestou serviço de R$ 1,75 milhão; dois fornecedores de campanha com situação inativa ou cancelada que prestaram serviços de campanha acima de R$ 400 mil; empresa de transporte e turismo com dois funcionários e contratada para a campanha por R$ 187 mil; e empresa de filiado a partido, aberta em junho de 2016, e que prestou serviço no valor de R$ 250 mil.

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