Filho de agricultores, Leandro Rosso leva a política no sangue. Herdou do avô o gosto pelas articulações públicas. Acadêmico de Direito na Faculdade Anhanguera, já está há 16 anos com envolvimento político. Para o vereador eleito com 1.776 votos, a intenção na Câmara em 2017 será ouvir a todos os públicos, sem distinções. Como afirma, seu posicionamento defende causas de empresários e agricultores, principalmente. Já trabalhou em diferentes áreas da Assembleia Legislativa e Prefeitura e garante ter conhecimento para exercer seu papel na Câmara de Vereadores. Seu principal projeto visa a regularização das feiras itinerantes em Passo Fundo. A questão polêmica chama atenção pelo movimento do comércio, que em sua maioria é contrário a instalação das feiras na cidade. Crescido na comunidade de São Roque, Leandro, que completou 38 anos no início do mês passado, mora no bairro Planaltina e trabalha como cargo de confiança na Prefeitura de Passo Fundo. Confira seu posicionamento, o que pretende realizar na Câmara de Vereadores e o caminho que o levou até o Plenário.
Trajetória política
Como tantos outros políticos, o caminho de Leandro começou na presidência do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Monteiro Lobato, instituição onde estudou ainda adolescente, depois de sair da comunidade de São Roque. Sua inspiração para o nicho surgiu com influência do avô – Victorino Rosso, já falecido. Pouco depois foi eleito presidente da Associação de Moradores do bairro Planaltina, no ano de 2000. Nos anos seguintes teve passagem pela União de Associações de Moradores de Passo Fundo (UAMPAF), onde exerceu o cargo de secretário de esportes. Nesta época, criou o Interbairros – um campeonato que reúne todos os bairros de Passo Fundo. Por oito anos foi assessor das comissões de Legislação e Redação (CLR) e Orçamento e Tomada de Contas (COTC) da Câmara de Vereadores. “Então já sei o que é um projeto de lei constitucional, inconstitucional; o poder que tem uma indicação, etc. Sabemos do limite [da função] do vereador, que é fiscalizar, elaborar leis, o orçamento. Então em 2017 já chego preparado, ciente do meu trabalho com a experiência que tive por oito anos ali”, conta.
Seu trabalho na Câmara antecedeu o convite para assessorar o então deputado e atual prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, com quem opera há 10 anos. Em 2012 se candidatou a vereador e ficou suplente pelo PPS, com 678 votos. Ele considera esse um de seus maiores desafios. “Já tinha vontade de ser vereador, mas sabia que seria difícil. Eu estava há cinco anos longe da minha cidade e era morador da Grande São Cristóvão, onde estavam os mais votados da última legislatura. Quando eu chegava para marcar reunião em qualquer comunidade, eles já tinham grupos fechados. Ainda assim fiquei bem colocado”, lembra. Com o resultado, Rosso foi convidado para fazer parte da equipe do prefeito e assumiu, a partir de então, o programa Bairro a Bairro. “Nos reuníamos com a comunidade para tratar de estratégias de trabalho como asfalto, canalização, pintura de meio fio, entre outros. Mapeei a cidade e a dividi em quatro setores: Petrópolis; Boqueirão; Vera Cruz e São Cristóvão. Realizamos 35 edições e mais de 80 mil pessoas foram atendidas”, conta. Além de seguir trabalhando na Prefeitura, hoje cursa Direito na Faculdade Anhanguera e tem interesse pela área de Gestão Pública.
Posicionamento
O Partido Republicano Brasileiro (PRB) é um dos mais novos do país: foi instituído em 2005. seu posicionamento é de centro, como informa a página oficial do movimento. Rosso afirma que seu maior líder é o deputado federal Carlos Gomes (PRB-RS). Sua posição, no entanto, é que os eleitores não se baseiam mais no partido em si, mas na pessoa representada. “Digo isso por que partidos tradicionais da casa perderam espaço. As urnas provaram que as pessoas querem mudanças. Claro que é necessário respeitar políticos que fizeram história, mas ao mesmo tempo é preciso valorizar as mudanças”, explica. Ele se declara, portanto, sem posição. “Só defendo ouvir a comunidade, valorizar as pessoas. Não tenho receito a nenhuma classe, seja ela LGBT ou de religião. O que quero na Câmara é fazer o trabalho que assumi, independente de lado”, pontua.
O que pretende fazer?
Nas reuniões em que participou, o que Rosso mais ouviu foi a necessidade de uma regulamentação das feiras itinerantes que chegam ao município. “Os empresários me cobraram muito uma posição do Legislativo sobre isso”, conta. A intenção é levar para o gabinete pessoas qualificadas e técnicas que lhe auxiliem no debate deste assunto que gera tanta polêmica na cidade. “Na minha visão temos que valorizar o empresário que é daqui. Não precisamos proibir, mas ver uma forma para que venham produtos de qualidade e em datas que não impactem com o comércio local”, explica. A outra situação que pretende organizar é a criação de uma comissão especial para orientação aos comerciantes e empresários do município. “Hoje você vai abrir uma empresa, por exemplo. Você precisa ter orientação de que ali é uma zona residencial, comercial ou industrial; saber se é permissível perante o Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI)”, comenta. Além disso, ele também ressalta a importância do empresário saber o que é exigido para a abertura de um estabelecimento, como a Lei de Impacto de Vizinhança, por exemplo. Outra demanda que planeja estar presente em sua gestão é o trabalho com as comunidades do interior.