O debate político tomou conta do cartório eleitoral de Passo Fundo na tarde dessa terça-feira (1). Candidatos eleitos e não-eleitos sentaram-se lado a lado enquanto esperavam para prestar as contas finais de suas campanhas. Isso por que terminava ontem o prazo para prestação final dos gastos obtidos pelos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador das Eleições 2016.
O período de finalização abriu ainda no dia 23 de outubro. Para agilizar a entrega de documentos, os cartórios eleitorais organizaram plantões de trabalho. Em Passo Fundo, o recebimento iniciou às 14h e se estendeu até às 19h e deve seguir, apenas de modo interno, neste feriado.
A reclamação dos candidatos, no entanto, foi pela demora no atendimento. Na fila, o candidato a vereador não-eleito Major Aneris (PSD) afirmou que esperou mais de uma hora para finalizar o processo. Outros candidatos como o candidato a prefeito Celso Dalberto (PSOL) e o reeleito Patric Cavalcanti (DEM) relataram a demora.
“O sistema estava um pouco lento até por ser o último dia e por que as pessoas estão acessando no Brasil inteiro”, afirmou Aneris. Ele está correto: como a prestação de contas é feita em todo país, o sistema tende a demorar para processar todas as informações, já que as recebe de todos os locais ao mesmo tempo.
“A prestação de contas é geral para todos os candidatos que concorreram ao pleito, tanto vereador quanto prefeito e vice prefeito. Então em razão da quantidade de acessos e da demanda tanto dos cartórios quanto dos partidos e candidatos, o sistema tende a ficar lento”, explica a chefe de cartório da 33ª Zona Eleitoral, Calinca Alves Mota.
Além disso, o processo de finalização das contas eleitorais é complexo: envolve conceitos de matemática financeira e contabilidade, além de precisar contar com o registro de todos os recibos e comprovantes de pagamento do candidato. “Os candidatos precisaram alimentar o sistema oficial com seus gastos constantemente durante a campanha. O prazo das parciais já expirou, o sistema está lento, é necessária a junção de documentos, e tudo tem que ser organizado. Quem deixou para o final certamente vai ter problemas”, declarou Calinca.
Até o momento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu 119 mil prestações de contas eleitorais, o que equivale a 20% do total previsto de 598 mil prestações. Este número totaliza a arrecadação de R$ 2,8 bilhões em doações para campanhas eleitorais.