Maior valor gasto em campanha de vereador alcança R$ 42 mil

No total, os 21 vereadores da próxima legislatura declararam ter gasto R$ torno de 400 mil. Maior volume de despesas são por questões de transporte e publicidade

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Valores informados da prestação de contas podem ser avaliados até junho de 2017Valores informados da prestação de contas podem ser avaliados até junho de 2017
Valores informados da prestação de contas podem ser avaliados até junho de 2017
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Quase R$ 400 mil: é este o valor que, juntos, os vereadores eleitos de Passo Fundo declararam ter gasto na campanha de 2016. Com um limite instaurado no ano passado – R$ 85,6 mil – o total de valores declarados reduziu consideravelmente: a proibição de doações de empresas a candidatos tornou as campanhas mais “modestas”, como afirmou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes.

 

De acordo com levantamento do TSE, os gastos declarados em 2016 somam um terço do informado na eleição municipal anterior: em 2012 os candidatos para prefeituras e câmaras brasileiras reuniram, ao todo, mais de R$ 6,2 bilhões em doações. Com a proibição das doações de empresas, o registro de valores recebidos não passou dos R$ 2,5 bilhões. Do total, R$ 65,4 milhões foram destinados aos candidatos a vereador.

 

Em Passo Fundo, o maior valor gasto pelos candidatos eleitos deste ano foi o de Valdecir Ribeiro de Moraes – conhecido por Valdo (PSB). Ele somou mais de R$ 42,5 mil nas despesas de campanha declaradas. Seus principais gastos foram de R$ 20,5 mil em transporte – locação de veículos e combustível – e aproximadamente R$ 19 mil em publicidade.

 

Atrás dele está o peemedebista reeleito Paulo Neckle, com somatória de R$ 35,9 mil. Entre suas despesas estão serviços terceirizados não especificados (torno de R$ 23 mil) e publicidade (R$ 5 mil). O terceiro lugar na lista das maiores doações e despesas é de Saul Spinelli, também do PSB. Entre propaganda – cerca de R$ 23,3 mil – e despesas com veículos – aproximadamente R$ 10 mil – e outros fatores, ele somou R$ 34,6 mil em gastos de campanha. Sua maior doação veio dele próprio: Spinelli injetou R$ 30,5 mil na campanha.

 

Maior gasto é com publicidade

O setor de propaganda e publicidade é o que mais lucra no período eleitoral. Não por menos: mais de R$ 196 mil – quase metade do valor total – foram destinados apenas pelos vereadores eleitos para impressão dos populares santinhos, produção de programas de rádio e televisão, jingles, bandeiras e adereços. Um dos maiores gastos neste quesito veio do progressista reeleito Claudio Rufa Soldá: foram mais de R$ 16,9 mil para despesas do gênero. No total, ele somou R$ 23 mil em sua campanha.

 

O eleito Eloí Costa (PMDB) dispendeu R$ 15,8 mil em peças publicitárias dentro de um orçamento total de R$ 22,8 mil. Todos os gastos declarados por Roberto Toson (PSD) envolvem questões relacionadas a este meio: são R$ 13,2 mil em publicidade impressa; mais de R$ 3,2 em eventos de promoção de candidatura e outros R$ 1,2 mil em programas de rádio e TV.

 

Despesas com locação de automóveis e combustível também estão entre os com maior volume de declarações. O vereador reeleito Patric Cavalcanti (DEM), por exemplo, gastou R$ 14 mil de um total de R$ 29,4 mil em locação de veículos. Sua despesa com publicidade não alcançou os R$ 10 mil. O reeleito Renato Tiecher – Tchêquinho (PSB) – somou R$ 12 mil em publicidade e mais de R$ 9,2 mil em despesas com transporte.

 

Menores valores declarados

O candidato eleito com menor valor declarado é o cabeleireiro Evandro Meireles (PTB): foram R$ 4,6 mil usados na campanha – dos quais R$ 4 mil partem dele próprio. Do total, R$ 3 mil foram gastos em publicidade. Gleisson Consalter – o Palhaço Uhu (PSB) – juntou R$ 8,6 mil para sua campanha. Seus gastos compreenderam publicidade (R$ 2,8 mil); carros de som (R$ 2,5 mil) e correspondências e despesas postais (R$ 1,7 mil). Pela segunda vez consecutiva ele foi o segundo mais votado. Em terceiro lugar aparece o reeleito Alex Necker (PCdoB) com total de R$ 9 mil na campanha.

 

Processamento dos dados

O prazo para prestação de contas dos candidatos já terminou. Com as informações em mãos, é função dos juízes eleitorais afirmar se as contas estão, ou não, em conformidade com a legislação. No caso de desaprovação, o candidato não tem direito a Certidão de Quitação Eleitoral. Ou seja, o sistema lhe bloqueia uma série de direitos – inclusive o de uma futura candidatura, para 2020.

 

Além disso, o candidato passa a não ter direito a fazer financiamentos públicos e fica impossibilitado de colar grau e prestar concurso público, por exemplo. Os valores informados podem ser avaliados até junho do próximo ano. 

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